— Onde está minha mamãe?!
Essa foi a pergunta que invadiu a residência da família da comerciária Jéssica Aparecida Correa Reis neste domingo (11), dia em que a mamãe da menina está sendo sepultada.
Jéssica tinha uma filha que vai completar três anos no próximo dia 23. Além do contentamento por estar empregada – depois de um período de um ano e meio sem serviço –, a comerciária ocupava os últimos dias com os preparativos do aniversário da única filha. Ela trabalhava havia cinco meses na loja Armarinho Gaúcho, situada na Avenida João Antônio da Silveira, 1.861, no bairro Restinga.
— Está tudo encomendado, salgados, bolo. E parte da festa já estava paga. Ela era organizada, gostava de preparar tudo antes — conta o irmão de Jéssica, o cobrador de ônibus Luis Filipe Correa dos Reis, 35 anos.
Abalados com a morte da comerciária, os familiares ainda não sabem como lidar com os questionamentos da criança, e com a festa programada para a menina. Mãe e filha eram muito apegadas. Por vezes, dormiam abraçadas.
— Quando minha irmã ia trabalhar e deixava ela na casa da sogra, ela chorava. Minha irmã voltava para dar mais um carinho — lembra Luis.
Casada há cinco anos, Jéssica recém construíra uma peça para morar nos fundos do terreno da mãe, onde também vive o irmão com a família, na Restinga Velha. O marido trabalha como segurança.
— Ela era alegre, muito ligada à família, saía pouco — diz um primo.
Jéssica sempre trabalhou em lojas e, recentemente, concluíra os estudos do Ensino Médio.
Conforme o irmão de Jéssica, o dono do Armarinho Gaúcho se ofereceu para pagar o sepultamento e outras despesas:
— Mas o que a família espera é que ele responda pelo acidente. Sabemos que esse elevador já tinha problemas. Recentemente, uma placa de aço foi remendada e caiu nos pés de outra funcionária.