A Polícia Civil vai investigar as condições de funcionamento do elevador de carga que despencou, no sábado (10), causando a morte da comerciária Jéssica Aparecida Correa dos Reis, 27 anos, na zona sul de Porto Alegre. O acidente ocorreu na sede da loja Armarinho Gaúcho, no bairro Restinga, por volta das 13h30min.
Familiares e amigos reclamam das condições do equipamento, que não seria profissional. Em redes sociais, há relatos de ex-funcionários de que o elevador já apresentara problemas anteriores. Em um registro dos policiais civis que estiveram no local foi escrito que o "elevador de carga (caseiro) estava com sobrepeso, funcionária estava carregando e quando a vítima pisou para colocar mais caixa ele veio a despencar. Vítima caiu 4 andares e veio a falecer". Peritos estiveram na loja para apurar as circunstâncias da queda.
O caso deverá ser investigado pela 16ª Delegacia da Polícia Civil. Conforme a delegada Shana Hartz, titular da 16ª DP, as condições do equipamento serão averiguadas por meio das perícias e também serão analisadas imagens de câmeras internas, que captaram o momento da queda.
O acidente ocorreu pouco depois de Jéssica chegar ao trabalho. O expediente dela, conforme familiares, era das 12h45min até às 19h, com 15 minutos de intervalo. Segundo o irmão Luis Filipe Correa dos Reis, não era função de Jéssica fazer o carregamento de mercadorias:
- Ela era auxiliar na loja, nas vendas, não trabalhava no estoque.
Mas quando ocorreu a queda, Jéssica estava ajudando uma colega a movimentar mercadorias no elevador, que era destinado exclusivamente ao transporte de cargas. O equipamento teria despencado no momento em que a comerciária colocou os pés nele para largar ou retirar um objeto. Ela morreu na hora em função do impacto do elevador com o chão. Conforme análise preliminar de uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a morte seria em decorrência de fratura na cervical. A colega que presenciou o acidente teve que ser retirada do local, pois ficou em estado de choque, conforme registro da polícia.
O sepultamento de Jéssica ocorre neste domingo (11), no Cemitério São José Vila Nova. Ela era casada, tinha uma filha de dois anos e trabalhava na loja havia cinco meses, depois de um período de um ano e meio desempregada. O Armarinho Gaúcho é uma loja tradicional do bairro Restinga, fundada em 1982. Além da matriz, onde ocorreu o acidente, existe uma filial no bairro Hípica.
Contraponto
GaúchaZH deixou recado na caixa postal do telefone do dono do estabelecimento, Ronaldo Iranso Ramos, mas ainda não obteve retorno.