Alunos, pais e professores realizaram um protesto na manhã desta quinta-feira (1º) na Escola Municipal Grande Oriente do Rio Grande do Sul, de Porto Alegre. O motivo foi a agressão a uma professora na noite anterior, atacada com pelo menos um soco por trás pela irmã de um aluno — a docente caiu e teve dentes quebrados.
A escola do bairro Rubem Berta amanheceu com cartazes pedindo paz e segurança. Os manifestantes bateram palmas e gritaram "queremos paz". A mobilização durou das 7h30min até as 9h30min, quando os professores entraram para uma sala para debater medidas de segurança.
GaúchaZH conversou com a professora, que preferiu não gravar entrevista e pediu para não ter o nome divulgado, com medo de represálias. Ela se limitou a dizer que "todos somos vítimas, agredidos e agressores" e acrescentou:
— Não quero que demonizem a comunidade, que são mais vítimas do que eu desse sistema excludente que vivemos.
A vice-diretora, Ana Flávia da Silveira, afirmou que é momento de parar e refletir sobre a rotina escolar. Ela recordou o ataque ocorrido a outra professora na Lomba do Pinheiro há uma semana.
— Está muito próximo de nós. É momento de parar e pensar em ações imediatas — afirma.
Fabíola Freitas, 37 anos, professora do colégio, relata que também se sente agredida.
— A gente vem todos os dias trabalhar, dar nosso melhor para a comunidade e alunos, estudamos para isso. É muito triste saber que as coisas podem dar errado — desabafa.
Ex-aluna da instituição e mãe de um estudante de cinco anos, Jane Beatriz Gonçalves de Oliveira, 45 anos, afirma que não esperava uma situação de violência dessa gravidade no local:
— Ele (filho) veio perguntando para mim: "Minha escola tem bandido, mãe?". Eu disse que não. Temos que ficar tirando da cabeça dele para não causar revolta.
O prefeito, Nelson Marchezan Jr, manifestou-se sobre o ocorrido em uma cerimônia de 126 anos da Guarda Municipal. Ele registrou que lamenta o ocorrido e que "o clima de violência deve ser efetivamente combatido de todas as formas e espécies ".
Investigação policial
A delegada Vandi Lemos, da 18ª Delegacia da Polícia Civil, explica que quer primeiro ouvir a professora, provavelmente nesta tarde, para depois dar sequência à investigação. Há uma identificação preliminar da agressora. A ocorrência foi registrada como lesão corporal grave.