A Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital da Restinga e Extremo-Sul recebeu no final da tarde desta segunda-feira (1º) seu primeiro paciente. Com isso, a instituição inaugurada há quatro anos passou a funcionar com toda sua capacidade de operação. A partir de agora, o hospital passa a contar com 111 leitos para receber pacientes do SUS — são 101 de internação e 10 na UTI. A UTI terá dois médicos pela manhã, um à tarde e um à noite, 24 horas por dia, sete dias por semana.
Morador da Restinga, o comerciante aposentado Dorli Vilagra Braga, 68 anos, inaugurou o setor do hospital que demanda o mais complexo tipo de atendimento. Ele sofre de diabetes e há dez dias está internado no hospital por problemas cardíacos e respiratórios. Ontem, por complicações no quadro, precisou ser encaminhado para a UTI.
— É a primeira vez que meu pai é internado em uma UTI. Para nós, é uma tranquilidade ele estar perto de casa. Moramos numa região muito longe do Centro, fica prático ele estar aqui — avalia o filho Rogério, 33 anos, que é motorista de aplicativo.
Sem remoções
Para a Secretaria Municipal de Saúde, a abertura da UTI do Hospital da Restinga também vai possibilitar que pacientes graves que chegam aos pronto-atendimentos da cidade sejam mais rapidamente atendidos, desafogando a rede de regulação de leitos.
— O que muda, a partir de agora, é que pacientes mais graves que estão no hospital não vão precisar ser removidos para outras instituições. Estávamos mantendo alguns pacientes entubados na sala laranja, o que não é o ideal. O ideal é tratar pacientes realmente graves na UTI, que tem um ambiente especializado para isso. Com essa abertura, acabamos ajudando a rede também. Só hoje (segunda-feira) tínhamos mais de 30 pacientes na rede de Porto Alegre aguardando por uma vaga de UTI — avalia o diretor-executivo do hospital, Paulo Scolari.
Desde a troca da gestão do hospital, efetivada em 21 de agosto — quando o Hospital Moinhos de Vendo passou a administração para Associação Hospitalar Vila Nova —, 49 novos leitos foram abertos (10 de UTI e 39 clínicos). Também passou a funcionar o Bloco Cirúrgico, em 11 de setembro, com quatro salas, onde são realizadas operações de baixa e média complexidades, como lipomas, hérnias, vasectomia — pelo menos três mutirões do procedimento já foram feitos apenas em setembro —, vesícula e apendicite. Até o final de outubro, a instituição deve fazer 300 cirurgias gerais e 80 urológicas por mês.
Pronto-atendimento em traumato
Na semana passada, ocorreu a abertura do Pronto-atendimento de Traumatologia. O serviço fica disponível 12 horas por dia, seis dias por semana, — das 7h às 19h, de segunda a sábado — e tem capacidade de fazer atendimentos de média complexidade. Com isso, pacientes que antes precisavam se deslocar até o Pronto-Atendimento Cruzeiro do Sul, localizado a 20 quilômetros de distância, ou mesmo ao Hospital de Pronto-Socorro (HPS) de Porto Alegre, poderão ser atendidos mais perto de casa. Traumas de alta complexidade serão estabilizados no Hospital da Restinga e encaminhados para o HPS.
Com todos os serviços funcionando a pleno, a nova gestão do Hospital da Restinga quer aumentar de 25 mil para 55 mil atendimentos mensais até o final do ano. Nos primeiros seis meses de contrato, o hospital recebe R$ 3,4 milhões do SUS — rateados entre a União, Estado e município. Após este período, o valor subirá para R$ 3,7 milhões mensais.