O projeto social Primeiro Saque, de Canoas, precisa arrecadar R$ 14 mil até o final de outubro. A iniciativa, que atende cerca de 40 crianças em situação de vulnerabilidade, foi contemplada pela Lei de Incentivo ao Esporte. Porém, para receber o valor de R$ 370 mil, que será investido em melhorias e aumento no número de atendimentos, é necessário arrecadar parte da quantia até o mês que vem. Caso contrário, o dinheiro retorna para o governo.
As doações podem ser feitas pelo imposto de renda de pessoa física ou jurídica. As pessoas físicas podem destinar 6% do imposto devido e, jurídicas, 1%. É possível doar, também, via financiamento coletivo online.
No Primeiro Saque, as crianças do bairro Niterói passam as tardes de segunda e quarta-feira no espaço do projeto Karuna, que fica no Canoas Tênis Clube. Eles contam com aulas de tênis, ioga e um laboratório de aprendizagem, onde as atividades variam entre artes, culinária ou o que for de desejo dos alunos.
— Com esses recursos captados, nossa ideia é aumentar o número de crianças atendidas, assim como ampliar as atividades que oferecemos. Assim, elas poderiam participar diariamente — explica o coordenador do projeto, Matheus Priska.
O Primeiro Saque tem como objetivo ampliar os horizontes das crianças e dar autonomia para eles, afirma Matheus. Algumas atividades, como de respiração e ioga, auxiliam na ansiedade e agitação dos jovens:
— Percebemos o quanto o projeto é impactante para as crianças, e também para as famílias delas. Queremos dar autonomia para eles, e passar atividades que ensinem disciplina, autoconfiança e autoconhecimento.
— Aqui eles têm acesso a atividades que não teriam em outros lugares. Contato com outras realidades. Elas vêm ao clube, a uma área mais central da cidade. Oportuniza que vejam que há muitas coisas além do bairro que eles vivem — destaca Michele Jubim, também coordenadora do Primeiro Saque.
Michele Jubim começou como voluntária, quando as atividades do projeto ainda eram no bairro Niterói. Ela comemora a estrutura que hoje é proporcionada para as crianças. Principalmente o contato com a natureza e a quadra de tênis profissional. Antes, o esporte era praticado em uma quadra improvisada.
A coordenadora ressalta a importância de realizar um trabalho voluntário.
— Quando a gente é voluntário, recebe muito mais do que dá. Conhecemos outras realidades — diz.
Entre as cerca de 40 crianças, está Brenda Nascimento, 11 anos. A estudante do 6º ano do Ensino Fundamental afirma que o que mais gosta são as aulas no laboratório de aprendizagem.
— Gosto muito de vir aqui. Fazemos brincadeiras, nos divertimos. Gosto bastante das aulas de arte e também quando tinha as aulas de culinária. É melhor do que ficar em casa, que não tem nada para fazer — relata.