Com a entrega da primeira fase do Hospital Santa Ana, realizada nesta quarta-feira (1º), o atendimento a dependentes químicos deve ser fortalecido em Porto Alegre. Quem promete é o secretário de Saúde da Capital, Erno Harzheim. Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, ele destacou que a instituição vem para reduzir "uma lacuna" no serviço.
— Será uma grande reforma na rede de saúde mental da cidade. Estamos falando de algo que vai mudar a rede hospitalar em Porto Alegre. Havia uma lacuna, uma falta de leitos específicos para esse problema — argumenta.
A primeira fase contempla 28 leitos que serão destinados a adolescentes e homens de 12 a 18 anos com dependência química — segundo Harzheim, a nível mundial, nessa faixa etária, o problema atinge principalmente os meninos. Uma outra ala, para tratamento de transtornos mentais, como depressão e automutilação, será destinada ao público feminino, que mais apresenta o problema.
Localizado na área ao lado do Hospital Espírita, no bairro Teresópolis, Harzheim afirma que a instituição foi construída em um local "perfeito".
— É uma área silenciosa e bonita da cidade, perfeita justamente para a recuperação das pessoas — diz.
A previsão é que a instituição esteja funcionando integralmente até o dia 1º de novembro — até o fim de outubro, os 204 leitos devem ser entregues em três etapas. A instituição é fruto de parceria entre prefeitura e Associação Educadora São Carlos (Aesc).
Segundo a prefeitura da Capital, a diretriz mais importante do hospital será a assistência a pacientes que necessitam de cuidados prolongados. Sem serviço de emergência e com atendimento pelo SUS, a instituição servirá de "retaguarda" para demais hospitais que prestam atendimento gratuito na cidade.
O esquema, que irá transferir pacientes internados há mais de 30 dias para o Santa Ana, deve desafogar leitos de instituições como São Lucas, Santa Casa, Conceição, Clínicas e Instituto de Cardiologia. A instituição contará, ainda, com um centro de reabilitação intelectual e de reabilitação auditiva.