Foram inaugurados nesta quarta-feira (1º), na zona sul de Porto Alegre, os primeiros 28 leitos do Hospital Santa Ana. Construído em uma parceria entre o município e a Associação Educadora São Carlos (Aesc), o espaço receberá adolescentes e jovens do sexo masculino (entre 12 e 18 anos) com dependência química. O atendimento será exclusivo pelo SUS e regulado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS). A expectativa da prefeitura é de que os 205 leitos previstos no projeto sejam entregues até o começo de novembro.
Voltado ao atendimento psiquiátrico, o Santa Ana não contará com serviço de emergência e priorizará a assistência a pacientes que precisam de cuidados prolongados. A ideia é desafogar outras unidades da cidade, como o São Lucas da PUCRS e o Conceição, que passarão a transferir pessoas internadas há mais de 30 dias.
Com a previsão de chegada dos primeiros pacientes já na quinta-feira (2), Erno Harzheim, secretário municipal de Saúde, acredita que a criação do Santa Ana "mudará a rede hospitalar" da Capital:
– Será uma grande reforma na rede de saúde mental da cidade. Estamos falando de algo que vai mudar a rede hospitalar em Porto Alegre. Havia uma lacuna, uma falta, de leitos específicos para esse problema.
Neste primeiro momento, o hospital contará com 49 profissionais da área da saúde, divididos entre médicos psiquiatras, psicólogos, enfermeiros, nutricionistas, terapeutas ocupacionais e educadores físicos. Além disso, os 480 metros quadrados da construção foram todos pensados para a segurança dos pacientes, com janelas mais resistentes e chuveiros que se soltam ao sentir qualquer pressão de baixo para cima. Confira alguns pontos:
Válvulas dos chuveiros
Para evitar possíveis acidentes, as válvulas que regulam o fluxo da água nos chuveiros não ficam nos banheiros construídos dentro de cada quarto, mas nos corredores. Com isso, a tarefa de abrir e fechar o chuveiro na hora do banho dos pacientes fica a cargo dos médicos e enfermeiros.
Quarto com observação permanente
Alguns pacientes precisarão ficar sob observação 24 horas por dia. Para facilitar a tarefa, foi construído um quarto ligado à sala onde ficam os enfermeiros plantonistas que, por meio de duas janelas, conseguem enxergar tudo o que acontece nos leitos.
Chuveiros
São instalados no teto, e não na parede, como geralmente ocorre, e têm um sistema que faz com que se desprendam do concreto caso sintam alguma pressão de baixo para cima. A ideia é evitar possíveis tentativas de enforcamento.
Vidros mais resistentes
Será bem difícil conseguir quebrar alguma das janelas do complexo. Isso porque elas são feitas com duas chapas de vidro e, no meio, uma película de polivinil butiral (PVB), uma resina resistente geralmente usada em para-brisas.