Ao final do primeiro dia de greve, funcionários da área de saúde básica de Porto Alegre decidiram encerrar a paralisação em assembleia realizada no começo da noite desta terça-feira (31). O Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul (Sergs) informa que segue em estado de greve, o que significa que pode ser retomada da paralisação caso não se avance na negociação do reajuste salarial.
Foi a primeira vez na história que os trabalhadores ligados ao Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf) e ao Sindicato dos Municipários (Simpa) realizaram uma greve juntos. Os municipários, porém, seguem sua mobilização, e devem se concentrar às 9h desta quarta-feira junto ao Centro de Saúde Modelo, na Rua Jerônimo de Ornellas, e seguir para a Câmara Municipal, onde devem ser votados projetos polêmicos.
Três postos de saúde ficaram fechados ao longo desta terça-feira (31) e outros dois tiveram parte dos atendimentos prejudicada, segundo informações da prefeitura.
Nesta terça, manifestantes fizeram uma caminhada entre a Secretaria Municipal e Saúde, na Avenida Loureiro da Silva, até o Hospital de Pronto Socorro (HPS) e, após, até o Paço Municipal. Eles tentaram entregar uma carta com reivindicações da categoria ao prefeito Nelson Marchezan, mas não foram recebidos.
— O fato de eles cerrar as portas, significa que mantém uma política de não dialogar com o conjunto da sociedade — critica o diretor-geral do Simpa, Alberto Terres.
O líder sindical estima que cerca de 2 mil servidores, entre municipários e trabalhadores do Imesf, tenham se mobilizado, incluindo trabalhadores de "praticamente todas as secretarias".
Em nota, a prefeitura disse que "durante um ano e meio de gestão, sempre manteve o diálogo aberto com o Simpa" e que o sindicato "escolheu agir de forma agressiva, com interesses partidários e eleitorais acima dos interesses dos municipários", promoveu ações de vandalismo, destruição do patrimônio público e agressões físicas e morais inadmissíveis contra servidores". A nota termina da segunte forma: "desejamos, em nome da população de Porto Alegre, o encerramento imediato da paralisação e a volta de um debate racional sobre o desequilíbrio financeiro, que é um problema estrutural da cidade".