A greve de enfermeiros e técnicos de Saúde da Família, iniciada nesta terça-feira (31), deixa pelo menos três postos de saúde fechados e outros dois com parte dos atendimentos prejudicada. Na Zona Leste, estão fechados os postos Tijuca e Safira Nova e, na Zona Sul, o Beco do Adelar. No Posto de Saúde modelo, no bairro Santana, a greve deixa a sala de vacinação fechada — situação que se repete na unidade de saúde Santa Marta, no centro da cidade.
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, não há impacto no Hospital de Pronto Socorro (HPS), no Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas (HPV) e nos pronto-atendimentos da cidade.
Já o Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul (Sergs) diz não ter um levantamento com os impactos da greve, mas assegura que a mobilização afeta todos os serviços de saúde da prefeitura, inclusive os de urgência e emergência. O representante dos grevistas também se surpreendeu com o fechamento de postos. Segundo ele, a orientação à categoria é manter ao menos 30% dos serviços em cada unidade.
A greve desses trabalhadores amplia a pressão sobre a gestão Marchezan, que enfrenta, também a partir desta terça-feira (31), uma greve de servidores do município. Como as escolas municipais estão em férias, os impactos da mobilização dos municipários ainda são de menor tamanho. Os municipários são contrários aos projetos de lei enviados pelo prefeito à Câmara de Porto Alegre e que devem ter as discussões retomadas no Legislativo nesta quarta (1º), quando os vereadores retornam do recesso.
Os trabalhadores da saúde, ligados ao Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf) e contratados pelo regime de CLT, estão mobilizados em busca de reajuste salarial, estancado há dois anos. Eles também defendem a manutenção da atual gratificação de 10% para todos os trabalhadores, enquanto a prefeitura deseja conceder o benefício a parte dos contratados.