O número de escorpiões amarelos encontrados em Porto Alegre triplicou em 2018 na comparação com todo o ano passado. Conforme dados da Vigilância em Saúde, foram registrados 46 casos de aparecimento do animal neste ano, contra 15 em 2017 e 14 em 2016.
Os bairros onde o animal mais foi visualizado neste ano foram o Centro Histórico e a Lomba do Pinheiro.
A bióloga Fabiana Ninov, da coordenadoria geral da Vigilância em Saúde, afirma que são dois os motivos para o aumento: ele estar se reproduzindo com mais facilidade e o fato de as pessoas terem aprendido a reconhecer e a comunicar os órgãos responsáveis.
Em 2018, há um registro de acidente (picada) envolvendo o escorpião amarelo em Porto Alegre, conforme balanço da Secretaria Estadual de Saúde. Em 2017, foram informados cinco acidentes, contra três em 2016. No Estado, ocorremra quatro acidentes em março (Mariana Pimentel, Cerro Largo, Horizontina e Pelotas) e um em junho (Santa Vitória do Palmar). Nenhum caso de morte foi registrado.
Conforme a Vigilância em Saúde, todo o município de Porto Alegre é considerado infestado. Fabiana afirma que, devido ao aumento no número de casos, a Vigilância em Saúde tem intensificado o trabalho de prevenção e tomado medidas que facilitem a ação em caso de visualização ou acidentes. Além de ter sido criado um site e a possibilidade de os moradores relatarem o aparecimento pelo telefone 156, a Vigilância capacitou cerca de cem agentes de combates a endemias, que ficam nas unidades de saúde e podem ir até as residências, e todos os enfermeiros dos postos de saúde, que estão capacitados para fazer atendimento em caso de picadas.
— O número de escorpiões visualizados em Porto Alegre é muito grande, e isso nos coloca em alerta. Não temos como eliminar o escorpião da cidade, mas orientamos para que as pessoas não criem locais de aparecimento dos escorpiões que fornecem abrigo para o animal. Nos abrigos, ele se reproduz com mais facilidade. Também notamos que o frio não diminui o número de escorpiões amarelo — destaca Fabiana.
Os locais que facilitam o aparecimento de escorpiões amarelos são os locais onde há aparecimento de baratas, como locais escuros e úmidos, com entulhos. O animal não salta e não enxerga, apenas reage ao toque — por isso, se for visualizado, a orientação é que a pessoa tente mata-lo, sempre com segurança e, de preferência, cortando o animal para garantir que esteja morto, já que ele pode ficar imóvel por horas, aparentando que está morto. Inseticidas não são eficientes no combate — apenas empresas especializadas no controle de pragas fazem este trabalho.
O que fazer
Em caso de picadas: Procurar imediatamente o Hospital de Pronto-Socorro de Porto Alegre, único local onde há o soro antiescorpiônico, segundo a Vigilância em Saúde. Os enfermeiros dos postos de saúde também estão orientados a fazer o encaminhamento e reconhecer os casos. Depois do atendimento, o acidente deve ser comunicado à prefeitura pelo telefone 156.
Em caso de visualizações: Ligar para o número 156 e discar a opção 6, da Vigilância em Saúde. O morador deve fornecer nome, telefone e endereço, já que a prefeitura vai entrar em contato o quanto antes. A orientação é que se tente matar o animal com segurança, usando um calçado fechado e, de preferência, cortando o animal. Se possível, o morador também deve fotografá-lo para comunicar o caso à Vigilância em Saúde.