Máquinas e operários já foram vistos na manhã desta sexta-feira (23) nas obras da trincheira da Avenida Ceará, primeira das obras da Copa 2014 retomada após a liberação de um empréstimo do Banrisul à prefeitura.
A mobilização começou antes mesmo do anúncio oficial, feito pelo prefeito Nelson Marchezan e secretários às 9h. O primeiro serviço executado foi a retirada do pavimento aplicado de forma errada no trecho da avenida Farrapos que segue bloqueado.
A previsão do consórcio, formado pelas empresas Conpasul, Sogel e Toniolo, Busnello, é que o trabalho será realizado durante duas a três semanas, quando ocorrerá a liberação da parte da via bloqueada, que provoca congestionamentos diários.
No fim de 2016, o então prefeito José Fortunati chegou a anunciar que esse trecho seria liberado no dia 31 de dezembro, o que não ocorreu. No começo do ano passado, a EPTC até chegou a realizar a sinalização da pista, no intuito de liberar parte do tráfego na região. O consórcio responsável pela obra, porém, informou à prefeitura que os problemas que ocorreriam no local não seriam de responsabilidade das empresas — a EPTC, então, recuou.
Já a passagem de veículos pela trincheira, a parte de baixo da obra, só deverá ter liberação de tráfego em setembro, quando está previsto o fim dos trabalhos.
A trincheira não tem obras significativas desde o fim de 2016. Alguns serviços de acabamento foram realizados em 2017, porém, sem pagamento para as construtoras responsáveis pela travessia.
A obra parou porque a prefeitura deve R$ 3,4 milhões para o consórcio. De acordo com a Secretaria Municipal de Gestão, as empresas receberão R$ 1,1 milhão entre esta sexta-feira e segunda-feira (26).
A trincheira da Ceará está 85% concluída. A ordem de início da obra foi dada em dezembro de 2012 e tinha prazo contratual de execução de três anos. Em cinco anos, a obra ficou 42% mais cara. Estava prevista para ser realizada por R$ 29,5 milhões e, segundo cálculos da prefeitura, de fevereiro de 2017, já está em R$ 41,9 milhões.
O prefeito Nelson Marchezan, que participou do evento, disse que irá cobrar se os prazos não forem cumpridos.
— Eu sou o responsável se não andar. Mas, internamente, a gente vai conversar. Porque será um fracasso de todo o setor empresarial da área da construção, do sistema financeiro que trabalha com a prefeitura, e da estrutura da prefeitura, se fracassarmos com este anúncio — cobrou o prefeito.
A próxima obra da Copa a ser retomada é a trincheira da Anita Garibaldi. A expectativa é que seja possível recomeçar o serviço no mês de abril.