O Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) de Porto Alegre ainda não identificou proliferação de algas no Guaíba, que podem ser responsáveis pelo cheiro ruim na água da cidade. No ano passado, o aumento no número dos microrganismos provocou forte gosto e odor na água dos porto-alegrenses. Nesta semana, GaúchaZH recebeu diversos relatos de situação semelhante em pontos da capital gaúcha.
O diretor de Tratamento e Meio Ambiente do Dmae, Marcelo Gil Faccin disse, nesta quinta-feira (8), que os laudos ainda não identificaram uma contagem que aponte para uma floração de microalgas ou cianobactérias, que concedem gosto terroso ao líquido.
— Até o momento, todas as características mantêm a nossa água tratada dentro dos padrões exigidos pelo Ministério da Saúde. Mas claro que, diante das percepções de mudanças no manancial, nós buscamos aumentar e intensificar os processos para reforçar a segurança da água — garante, ao destacar que períodos de estiagem e forte calor podem estimular a proliferação das algas.
De acordo com Faccin, mesmo que algum morador perceba o gosto terroso, não há risco para a saúde da população.
— Mas é importante que o cliente entre em contato com o Dmae quando notar alteração de cor, gosto e odor — lembra.
O Dmae conta com seis estações de tratamento de água em Porto Alegre, além de 4 mil quilômetros de rede e 290 pontos de monitoramento.
— É uma engrenagem imensa e que estamos diariamente monitorando — afirma.
Aguapés na Zona Sul
Moradores da Vila Assunção, na zona sul de Porto Alegre, procuraram o Dmae devido à presença de vegetação no Guaíba. Em vistoria, a equipe técnica do departamento constatou a presença de macrófitas, mais conhecidas como aguapés. Conforme a prefeitura, a razão provável é o baixo nível de água do manancial. Porém o departamento garante que, apesar da presença das macrófitas, a água do Guaíba está límpida. “E não apresenta a coloração esverdeada característica de floração de microalgas ou cianobactérias, que concede gosto terroso à água”, afirma a nota. A última vez em que o Guaíba registrou o tom esverdeado foi em 2012.