Toda a extensão da Rua da República, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, foi tomada por festa n, uma vez que, no cruzamento com a Lima e Silva, o Bloco Deixa Falar tocava uma coletânea de clássicos carnavalescos, como Índio Quer Apito, Marcha do Remador (Se a Canoa Não Virar) e Tiro ao Álvaro.
Na esquina das duas ruas, se deslocar era um desafio árduo - a multidão não se assustou com o cair da noite.
Mulheres — e homens também — carregaram no glitter para entrar no clima. Na falta de uma fantasia, um cartaz e uma cordinha resolveram o problema de vários foliões, como a estudante Vitória Machado, 18 anos, que aderiu à uma moda vista na internet. Escreveu no papel a frase "não sou garçom, mas sirvo pra ti" e pendurou no peito. A sentença escolhida passou por triagem da mãe da jovem, que achou outras que circulam pelas redes sociais "muito ousadas". Outros amigos curtiram a ideia e fizeram o adereço em questão de minutos antes de sair de casa.
— Todo mundo pára para ler - conta a jovem.
Entre um bloco e outro ainda surgiu concentrações alternativas de foliões. Alguém colocou funk para tocar e juntou dezenas ao redor. Guilherme Grecco, 22 anos, que veio de Viamão, admite:
— Se tem "muvuquinha" eu já estou.
Para ele, o mais legal do Carnaval é que o povo vai para a rua e "todo mundo faz amizade com todo mundo".
Fila do banheiro
Nem tudo é purpurina no Carnaval de rua. Foliões se queixaram que havia poucos banheiros químicos disponíveis na Rua da República.
Entre a José do Patrocínio e a Lima e Silva, GaúchaZH localizou apenas dois.
— Tinha que ter mais, muito mais — reclama a estudante Thais Silva, entrando para uma fila com cerca de 40 pessoas.
Perto do cruzamento com a Lima e Silva, também faltavam lixeiras. Embora tenha gente que, mesmo do lado de um contêiner, jogou latinha de cerveja no chão.
Ao entardecer, já havia sacolas, copos plásticos, garrafas de vidro e incontáveis bitucas de cigarro espalhadas pelo chão.