Não tem meio termo para quem senta à mesa do Porkaria. É porco ou porco. Salgado ou doce, opções não faltam: entre os cerca de 40 pratos do cardápio, tem de costelinha a joelho, de torresmo a barriga, e para quem é porcomaníaco mesmo se arranja até uma caipirinha com bacon.
O pesadelo vegetariano se exibe sem pudores no bar de nome controverso, que prima pelo bom-humor nos menores detalhes. Quase na esquina das ruas Coronel Genuíno e General Lima e Silva, no Centro, uma vitrine ostenta diferentes cortes de porco assado, servindo de convite — ou insulto, dependendo dos seus hábitos alimentares — a quem passa pelo local. Do lado de dentro, mais do mesmo: bibelôs, quadros e utensílios dos mais diversos, todos em versão suína, transformam até as paredes em atrativo.
Inaugurado em outubro passado, foi inspirado em um restaurante norte-americano descoberto pelo dono anos atrás, em uma feira internacional — há um bar famoso com o mesmo tema em São Paulo. Fã de carne suína, Eduardo Natalício começou a alimentar a ideia de abrir um negócio tão logo conheceu o The Purple Pig, sediado em Chicago.
— Adorei porque só tinha carne de porco. E carne de porco, quem gosta ama — diz.
Desde então, o pernambucano fundador do Natalício — um dos precursores do conceito de "boteco" na Capital — começou a trabalhar em receitas e colecionar objetos para montar o lugar. Hoje, além dos diversos objetos adquiridos em viagens, recebe dos clientes lembranças para incrementar a decoração. No cardápio, os pratos são oferecidos com nomes divertidos. Um dos carros-chefes da casa, o Três Porquinhos traz pedaços de barriga de porco acomodados em uma colher recheada com purê de batatas.
— É um animal caricato. Tem vários desenhos com porco, como a Peppa (Pig, que decora uma das paredes da casa). Quando se pega um nicho, as pessoas vão mirar. Mas não adianta ter uma proposta boa senão tiver ambiente legal e comida bacana — avalia.