Liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o tratamento para casos de pré-exposição (PrEP) ao vírus HIV, com o medicamento Truvada (nome comercial), está disponível na rede municipal de saúde de Porto Alegre. O programa, estratégia do Ministério da Saúde, é disponibilizado para a população considerada vulnerável ao contato com o vírus, que comprovadamente não têm a doença, como profissionais do sexo, casais em que apenas uma das pessoas tem a enfermidade, gays, trans e homens que fazem sexo com outros homens.
Para obter o medicamento, é preciso passar por uma consulta de acolhimento, que pode ser feita nos serviços de assistência especializada do Centro de Saúde Santa Marta e no Centro de Saúde IAPI. Conforme a enfermeira do serviço no Santa Marta, Daila Raenck, o programa exige um acompanhamento.
— O que precisa ficar claro é que não basta tomar um comprimido e se está a salvo. A pessoa vai passar por uma consulta e iremos verificar a motivação para o tratamento e se tem potencial para segui-lo — explica Daila. — Além disso, o tratamento não elimina a necessidade de proteção durante o sexo. Tem que usar preservativo, até para outras infecções sexualmente transmissíveis, como gonorreia e sífilis.
Segundo Daila, após avaliação e exames iniciais, o paciente retira gratuitamente uma cartela com 30 comprimidos. Depois de um mês, ele volta a realizar teste e recebe novamente a medicação. Uma vez estabilizado o tratamento, a pessoa ainda realiza acompanhamento a cada três meses.
O medicamento passa a ser disponibilizado na rede pública depois de apresentar resultados positivos em outros países.
Doze cidades do país receberam a medicação em 35 serviços de assistência especializada. Em Porto Alegre, quatro locais recebem as doses: três atenderão a quem mora na Capital e um a pessoas de outras cidades gaúchas. A distribuição na capital gaúcha tem um número alto, na avaliação da enfermeira. O repasse das pílulas levou em consideração a situação epidemiológica das cidades brasileiras, explica ela.