O fim da isenção de 100% da segunda passagem para usuários de ônibus em Porto Alegre – com exceção de estudantes – pode impactar na hora da contratação. O Sindicato dos Lojistas (Sindilojas) e a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) da Capital admitem que, na hora de escolher um funcionário, os contratantes podem acabar escolhendo um trabalhador "mais barato", que pegue apenas um ônibus e não precise de baldeação – embora esta não seja a orientação das entidades.
Decreto da prefeitura determinou que, em 30 dias, apenas os estudantes que pegam dois ônibus terão a segunda passagem gratuita. Os demais usuários, tanto os que têm vale-transporte quanto os que usam o passe antecipado, terão a cobrança de 50% (R$ 2,02) na segunda passagem.
Ainda assim, o Sindilojas Porto Alegre apoia a decisão da prefeitura. Conforme o presidente Paulo Kruse, o impacto do pagamento da segunda passagem representa acréscimo de 13%, de forma geral. Destes 13%, 6% serão pagos pelos próprios usuários, e os outros 7% vão repercutir nas contas do empresariado.
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– Haverá impacto em alguns setores. No entanto, nós entendemos que este é um momento muito difícil da prefeitura, que precisa tomar algumas medidas. Acreditamos que essa é uma medida que vai repercutir no preço da passagem no futuro, e que vai beneficiar a todos. Cada um tem que contribuir no que é melhor para todos – sustenta.
Já a CDL da Capital questiona a decisão da prefeitura. O presidente Alcides Debus lembra que, apesar de a conta ser pequena, ela é multiplicada ao longo de um ano.
– Qualquer despesa a mais reflete na última linha do resultado da companhia, e isso é repassado para o consumidor. Nós já estamos em um momento de crise, e as empresas não têm mais margens para absorver mais custos. Politicamente, não vejo esta como uma boa decisão para o momento – explica.