Lideranças da Vila Liberdade, que aguardam a construção de um empreendimento na Vila Farrapos, Zona Norte de Porto Alegre, para as 700 famílias que faziam parte da comunidade, se comprometeram a conversar com os que estão voltando a ocupar o terreno onde deverá ser feita a obra. No dia 19 de junho, a reportagem do jornal mostrou que a suspensão dos pagamentos dos aluguéis sociais em Porto Alegre desde o início deste ano, motivada por uma auditoria da Controladoria Municipal que deverá se estender até agosto, vem causando a nova ocupação.
– Nos comprometemos em refazer a listagem dos que estão ocupando o terreno e de conversar com estas famílias para que voltem ao aluguel social. Faremos isso porque o Demhab prometeu voltar a pagar, assim que concluir a auditoria. Se elas continuarem no terreno acabarão prejudicando o andamento da obra, que deverá ser retomada – afirma Erlon Nogueira Lima, da Associação dos Moradores da Vila Liberdade (Amovil).
A promessa das lideranças ocorreu durante reunião com a direção do Demhab, que se comprometeu a manter um permanente canal de diálogo com a associação. A superintendente de Ação Social e Cooperativismo, Maria Horácia Ribeiro, será o contato do Departamento com as famílias.
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Segundo o diretor-geral do departamento, Mário Marchesan, a constatação do Tribunal de Contas de que pessoas estariam recebendo o benefício sem necessidade ou valores acima do permitido levou a prefeitura a realizar um pente-fino no serviço. Um dos argumentos é que famílias estariam alugando casas de condomínios construídos pelo Demhab, prática considerada proibida, mas que acabou sendo aceita na gestão anterior. A avaliação e as suspensões vêm sendo feita em lotes desde janeiro.
Funcionários do Demhab estão analisando os contratos e visitando os imóveis. Os maiores empreendimentos avaliados envolvem moradores da Vila Liberdade, do eixo da Avenida Tronco e do Arroio Cavalhada. De acordo com Mário Marchesan, a situação da Vila Liberdade é a grande preocupação da prefeitura na questão habitação. Mário afirma que foi retomado o projeto, em conjunto com o Estado, de construção de prédios para as 700 moradias necessárias.
Cerca de 450 famílias que viviam na Liberdade aceitaram a proposta de aluguel social com a perspectiva de receberem novas casas na mesma região.
– Com a dívida aumentando, elas estão sendo despejadas e ficando sem ter para onde ir. Por isso, pedimos ao Demhab que agilize a liberação dos pagamentos das famílias já auditadas _ afirma Erlon, que solicitou ao Departamento a lista dos moradores da antiga Liberdade que foram identificados com irregulares na auditoria.
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