Milhares de devotos caminharam na manhã deste domingo, em procissão pelas avenidas do Bairro Partenon, na Capital, para manifestar a sua devoção por São Jorge, um dos santos mais populares da religião católica, também chamado de Ogum nas religiões afro. O dia 23 de abril lembra a data em que São Jorge foi morto decapitado, aos 23 anos, por se recusar a negar sua fé.
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A procissão teve início às 8h45min, o andor deixou as dependências da paróquia que fica no Bairro Partenon, Zona Leste de Porto Alegre. A imagem do Santo Guerreiro foi levada numa viatura da Brigada Militar – o santo é protetor, especialmente de policiais, militares ferreiros e advogados.
À frente da procissão, neste ano foi conduzida a imagem de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, que veio do Santuário Nacional de Aparecida, em São Paulo, dentro das comemorações dos 300 anos da aparição da imagem.
– Eu venho a essa procissão há muitos anos, tenho muita devoção. Peço a ele para iluminar as coisas. São Jorge me dá saúde, força para trabalhar e um sorriso no rosto. Enquanto Deus me deixar por aqui, eu pretendo vir – comentou a doméstica Marlene Guterres, 69 anos, do Bairro Partenon.
Depois da caminhada pela Avenida Bento Gonçalves, os fiéis alcançaram a Rua Guilherme Alves até a chegada à Avenida Ipiranga. Ao longo do caminho, moradores enfeitaram as casas com balões e acenavam para a imagem, cercada de fiéis carregando espadas de São Jorge, velas, terços e quadros com o Santo Guerreiro.
– A gente que é trabalhador, que é guerreiro, se identifica com ele. São Jorge é meu padrinho e Nossa Senhora dos Navegantes, minha madrinha. Participo das duas procissões – revelou o cobrador de ônibus Vilmar Machado dos Santos, 62 anos, do Bairro Rubem Berta.
Vilmar fez a procissão levando uma imagem de São Jorge que passou por várias gerações da família.
– Esse quadro era da minha avó. É muito bom participar, me sinto bem, parece que saem todos os problemas, é uma energia boa – disse o cobrador.
Às 10h15min, os devotos que participaram da procissão chegaram novamente à igreja. Pela primeira vez, em 64 edições da festa, a missa campal foi celebrada debaixo do viaduto que tem o nome do santo. Após o almoço, estão previstos festejos populares e, à tarde, será celebrada missa às 18h e às 20h outra missa com o encerramento da festa e bênção dos devotos.
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O aposentado Jorge Antônio Machado, 42 anos, de Gravataí, nasceu no dia de São Jorge e sempre participa da procissão. Neste domingo, foi na companhia da esposa, a professora Roselaine Machado, 36 anos, e levou um quadro com a imagem do santo, que tem pendurado na sala de casa.
– São muitas conquistas, muitas transformações na vida. Agradeço ao Arquiteto do Universo e São Jorge também faz parte disso – comentou.
Na tarde deste domingo, a Federação Afro Umbandista e Espiritualista do Rio Grande do Sul (Fauers) realizará, a partir das 15h, a 9ª Carreata em homenagem a São Jorge e Ogum. A saída será da sede da federação, na Rua Fernando Abbot, 159, Bairro Nossa Senhora das Graças, em Canoas. O destino será o Largo Zumbi dos Palmares, na Capital, onde será realizada uma roda religiosa.