Um fusca azul abriu alas para centenas de foliões em ruas dos bairros Petrópolis e Bela Vista na tarde deste sábado. O carnaval de rua que homenageia o carismático carro inclusive no nome do bloco começou na Praça Tamandaré e foi até a Praça da Encol, com direito a marchinhas e sucessos do momento tocando no trio elétrico e ex-Miss Brasil como madrinha do bloco.
– A gente faz com muita alegria, com toda a família participando, porque o nosso bairro é família. Eu voltei a morar em Petrópolis e estou mais do que em casa – conta Deise Nunes, que conquistou o título em 1986.
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No seu terceiro ano nas ruas, o bloco Fusca Azul adotou como tema a preservação ambiental. Ao mesmo tempo em que não teve comercialização de bebidas em copos descartáveis ou latinha, para não deixar um rastro de lixo atrás dos foliões, foram confeccionados copos personalizados, que serviram de lembrança depois do evento. Um dos organizadores, o relações públicas Eduardo Baldasso, 25 anos, ressalta ainda que o grupo busca resgatar o carnaval de rua do bairro Petrópolis, que deixou de existir por algumas décadas.
– A banda Por Causa de Que fazia carnaval na década de 1960. Eles saiam pelo bairro levando a galera, fazendo festa, pulando. Graças a eles temos isso aí hoje – completa.
O estudante Márcio Costa de Barecellos, 33 anos, participou das duas primeiras edições e não deixou de comparecer neste sábado. Cadeirante em função de um problema na medula, ele levou a cadela Princesa no colo.
– É minha fiel companheira – conta Márcio, morador do bairro Santo Antônio.
Outros "forasteiros", vindos do Centro, estavam entre os mais chamativos da festa.
– A inspiração é: pega tudo de dourado que tem em casa e coloca. E ainda ajuda a maquiar a amiga, o namorado, todo mundo entra na dança também – conta a designer Telma Dias Adams, 41 anos.
Ela conta que levou uma hora para se arrumar, fora o planejamento durante a semana toda, e previa mais uma hora para conseguir tirar todo o brilho depois. Mas garante que vale à pena – e que o fato de o Carnaval ter passado há mais de um mês não interfere em nada.
– É uma coisa que deixa a cidade feliz, toma conta dos espaços. Tinha que ter sempre – diz.
Por que Fusca Azul?
Os organizadores justificam que o nome "Fusca Azul" foi dado ao bloco justamente pelo carinho que os consumidores têm pelo carro.
– Eu ganhei um fusca do meu pai, e já como a gente queria fazer um bloco, achei que tinha tudo a ver, tem esse apelo, a galera curte – explica Eduardo.
As cores do bloco são o azul, do fusca, e o rosa, em homenagem à avó de Eduardo, a dona Rosa. Aos 82 anos e dona de grande alegria, ela foi uma das inspirações para a criação do bloco.