Por que as obras de repavimentação das Avenidas Osvaldo Aranha e Protásio Alves, que vêm causando congestionamentos diários desde 6 de fevereiro, não podem ser feitas à noite em vez das 6h às 19h? A dúvida de muitos motoristas que vêm penando em tranqueiras tem uma explicação simples: o barulho.
A repavimentação consiste em retirar o asfalto existente e aplicar um novo. Segundo a Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Smim), as máquinas que fazem a fresagem (remoção do asfalto) e a pavimentação são muito barulhentas, e causariam incômodo aos moradores da região.
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Em nota, a Smim ainda afirma que a decisão pelo horário se deu em respeito à Lei do Silêncio, que vigora em Porto Alegre sob a Lei Complementar Nº 65/81, que estabelece padrões de emissão e imissão de ruídos e vibrações. Segundo o órgão, a decisão foi dos técnicos responsáveis pela obra, que alegam que outras máquinas que fazem serviços noturnos na região não são tão barulhentas quanto as máquinas de fresagem e aplicação do asfalto.
Apesar do incômodo, pouca gente discute a necessidade da obra. Questionam é o horário escolhido. A assistente jurídica Cristina Garcia trabalha no andar térreo de um prédio na Avenida Osvaldo Aranha e, para ela, o barulho é muito inconveniente.
– É bem difícil atender o telefone. Não conseguimos ouvir o que os clientes estão falando, fica bem complicado de trabalhar.
Luzardo Costa trabalha há 13 anos na mesma loja de artigos para caça e pesca, também na Osvaldo Aranha, e minimiza os transtornos atuais, pensando nos benefícios a longo prazo da ação. E, quando compara os contratempos da revitalização do asfalto à obra do corredor de ônibus da avenida, feita em partes e que demorou, ao todo, quatro anos para ser concluída, diz não se incomodar tanto.
– Tem um pouco de barulho, mas se é pra melhorar, tem que suportar um pouquinho. Comparando com a obra do corredor do ônibus, causa bem menos transtornos. Aquela foi uma obra muito extensa e causou grandes transtornos pra nós.
A repavimentação das Avenidas Osvaldo Aranha e Protásio Alves tem previsão de finalização em 18 de março. Ao todo, a operação vai requalificar mais de 44 quilômetros de asfalto em 38 trechos de vias em Porto Alegre.