Um repositório de currículos a partir do qual se pode selecionar profissionais experientes, capacitados e motivados para cargos públicos sem que indicações política e filiações partidárias tenham qualquer peso. É o que busca a prefeitura de Porto Alegre com o banco de talentos de onde saíram os 14 novos nomes anunciados nesta segunda-feira pelo prefeito Nelson Marchezan para ocupar cargos-chave na administração municipal. A plataforma tem mais de 6 mil currículos cadastrados.
Os novos integrantes vão trabalhar em órgãos como Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) e Departamento Municipal de Habitacao (Demhab), além de Secretaria de Serviços Urbanos e gabinete do prefeito. Já são 170 pessoas selecionadas para vagas na nova gestão da cidade por meio do banco de talentos – dentre estes, 92 ainda aguardam nomeação.
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Esse método de seleção foi criado, segundo a administração atual, com o objetivo de qualificar a gestão pública e dar mais transparência ao processo de escolha dos servidores, além de garantir uma melhor entrega dos serviços públicos ao cidadão. Nessa seleção, indicações políticas, mesmo feitas por secretários com quem essas pessoas poderiam trabalhar, acabam passando pelas mesmas etapas que quaisquer outros profissionais, segundo Cassio Mattos, um dos coordenadores do projeto.
– Se for indicado por um partido, indicado por algum conhecido, por alguém que está na estrutura formal ou não indicado, o critério de avaliação é o mesmo. (A indicação política) não tem peso nenhum – afirma Mattos, que trabalha, assim como os demais consultores, como voluntário na plataforma.
Entre os nomes anunciados, a prefeitura destacou perfis predominantemente técnicos – alguns, inclusive, já trabalhavam nos órgãos para os quais foram agora nomeados em cargos-chave.
– Estamos utilizando critérios de avaliação para buscar os melhores profissionais que o mercado nos oferece. São critérios como formação elevada, preparação, qualificação, que demonstrem competência técnica – destacou Marchezan.
Diante da crise financeira, ele também orientou os novos gestores a cortarem o que for possível em números de funcionários com Cargos em Comissão (CC).
– Cortem. As empresas que puderem funcionar sem CC, que operem. Quem precisar ficar que seja encaminhado ao banco de talentos.
A escolha dos profissionais selecionados foi feita de duas maneiras: ou pelo cadastro, feito pelos próprios interessados, na plataforma de recrutamento da prefeitura, ou por meio de convites feitos pelos consultores, com base em currículos disponíveis online ou cadastros em sites de consultoria. Mesmo nos casos de convidados, todos eram orientados a se inscrever no banco de talentos, de acordo com os coordenadores.
Depois de serem pré-escolhidos, esses candidatos passavam por algumas etapas de entrevista, sendo que a última delas era feita pelo diretor da empresa ou pelo secretário da pasta em questão junto aos consultores voluntários.
– Já tive caso de secretário que encaminhou uma pessoa, nós mandamos candidatos externos e ele optou por um desses. O que vai determinar a escolha, realmente, é a competência.
Os 78 profissionais já nomeados por meio desse sistema deverão também ser acompanhados para ver se estão se encaixando nos cargos que assumiram, levando em consideração também o cumprimento de metas estabelecidas para suas vagas. Para participar, a prefeitura exige que o candidato tenha ficha limpa e alinhamento com o plano de governo, além de trabalhar, conforme descreve a plataforma, com foco nos resultados, transparência, verdade e ética.
* Zero Hora