O Bloco de Luta pelo Transporte Público fez um protesto contra o aumento das passagens de ônibus em Porto Alegre entre o fim da tarde e o início da noite desta terça-feira. A concentração foi em frente ao Paço Municipal, e os manifestantes fizeram uma caminhada de aproximadamente 30 minutos pela Avenida Borges de Medeiros e Rua José do Patrocínio. O percurso terminou junto ao Largo Zumbi dos Palmares, na Cidade Baixa.
É o segundo ato realizado pelo Bloco de Luta neste ano. O reajuste do salário dos rodoviários ainda não foi definido, mas um cálculo prévio dos empresários aponta para uma tarifa de R$ 4,30 nos ônibus – atualmente, custa R$ 3,75. Já a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) faz projeções considerando três cenários, sendo que o valor mais alto é R$ 4,05.
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Diferente do primeiro protesto com caminhada pelo centro de Porto Alegre, não foram registradas depredações e a Brigada Militar não interveio. No dia 9, algumas pessoas com rostos encobertos picharam prédios e quebraram vidraças de bancos. A Brigada usou bombas de gás lacrimogêneo e balas de armas não letais.
Os manifestantes do Bloco de Luta reivindicam passe livre e se posicionam contrários ao fim da função do cobrador. Além de apontar o aumento do desemprego, o integrante do Coletivo Juntos, Júlio Câmara, 23 anos, argumenta que o cobrador tem a função de "humanizar" o transporte público, tirando dúvidas de itinerário e auxiliando os usuários.
Ele afirma que os jovens continuarão realizando protestos nas próximas semanas.
– Como o aumento não vai se efetivar até março, a expectativa é de que a mobilização aumente – diz Câmara.
Veja como foi a manifestação:
Audiência sobre depredação
Foi realizada nesta terça-feira a primeira audiência sobre a depredação do Palácio da Justiça e outros distúrbios ocorridos em Porto Alegre durante as manifestações de junho de 2013. A audiência de instrução serviu para ouvir testemunhas relacionadas pelo Ministério Público – as demais partes serão ouvidas em outro momento.
O processo tem sete réus. A Polícia Civil fez os indiciamentos em março de 2014. Em maio do mesmo ano, o Ministério Público ofereceu denúncia e a Justiça a aceitou por danos ao patrimônio público. Em setembro do ano passado, o Judiciário negou a possibilidade de absolvição sumária dos réus.
Ontem, sete testemunhas de acusação prestaram depoimento: um comerciante, o delegado responsável pelo inquérito, outros dois policiais civis, um policial militar e dois guardas municipais.