O deslocamento dos ônibus da linha T12, que atende a Restinga, poderá ser acompanhado em tempo real a partir de segunda-feira. Os usuários terão a possibilidade de acompanhar, pelo site da prefeitura de Porto Alegre, a localização dos veículos e a previsão de horário que chegarão às paradas.
Em março, deve ser lançado um aplicativo de celular que concentrará essas informações, entre outros serviços. A promessa do diretor técnico da Procempa, Michel Costa, é de que cinco linhas da Carris estejam operando com GPS até o final do mês que vem. Os trajetos estarão disponíveis no Moovit, app que já funciona com dados planejados e passará a utilizar as informações em tempo real. Outras plataformas que desejarem utilizá-las também terão acesso liberado pelo poder público.
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Para gerenciar as informações capturadas pelos equipamentos nos ônibus (inicialmente, nos 15 veículos da linha T12), a Procempa conta com uma sala de "big data" (um grande conjunto de dados), onde armazenará e controlará o material referente à mobilidade urbana. É de lá que dois engenheiros de tráfego da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e dois cientistas de dados da Procempa farão a análise estatística.
– A gestão de dados é prioridade, porque nos ajuda a melhorar o planejamento e a redução de custo. Sabe-se que existe muita fraude em todo o sistema de mobilidade. Quando se tem análise de dados, menores são as chances de elas existirem – analisa Costa.
Outras centrais também receberão os dados: as garagens, para o trabalho operacional; o Centro Integrado de Comando da Cidade de Porto Alegre (Ceic), para traçar estratégias e fazer gestão de crise; a EPTC, para gerenciamento e controle; e a Procempa, para análise das informações.
Motoristas e cobradores não terão só o veículo monitorado. Por um teclado, poderão enviar e receber informações sobre acidentes, por exemplo. Costa quer implantar um sistema de GPS que não dependa de um único fornecedor; por isso, realiza testes. O modelo usado pela Carris no projeto-piloto é do Sistema Plus, mesma empresa que fornece equipamentos para os ônibus do Rio de Janeiro.
Segundo ele, a prefeitura fez um chamamento público para validar modelos de equipamentos nacionais e internacionais (há um modelo espanhol em análise). Depois, será definida a padronização de estilo, que será aplicada a todas as empresas do sistema. O custo para a utilização em cada ônibus é de R$ 99 a R$ 129 por mês.
O CAMINHO DA INFORMAÇÃO
Nas ruas: a informação é capturada pelo equipamento instalado nos ônibus a cada seis segundos e armazenada a cada 30 segundos – é o momento do armazenamento que aparece para os usuários. O motorista pode enviar e receber dados por texto com o equipamento.
Data Center: os dados são transmitidos e armazenados em um servidor na sede da Procempa.
Sala Big Data: também na Procempa, esta sala é dedicada à análise estatística dos dados. O prefixo e a localização do ônibus aparecem em uma tela, enquanto na outra fica a frequência das viagens (distância entre os veículos).
Centrais: as mesmas informações que chegam à Big Data são transmitidas às garagens das empresas, ao Centro Integrado de Comando da Cidade de Porto Alegre (foto), à EPTC e à Procempa.