Um relatório de fiscalização do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) apontou irregularidades que fizeram com que a Prefeitura de Porto Alegre pagasse mais pelo lixo domiciliar do que foi recolhido de fato pela terceirizada Belém Ambiental. As informações são da Rádio Gaúcha.
Funcionários da empresa são suspeitos de colocar caliça dentro de caminhões compactadores antes de partir para os roteiros e fazer o recolhimento dos resíduos orgânicos dos moradores da cidade.
Quando os veículos voltam para descarregar a carga na Estação de Transbordo da Lomba do Pinheiro, estão mais pesados. O DMLU paga cerca de R$ 3,7 milhões por mês para a B.A. recolher o lixo. O pagamento é por peso. Ou seja, quanto mais pesado o caminhão, maior o gasto da Prefeitura. São R$ 122,49 por tonelada coletada. A coleta de caliça não pode ser feita pela Belém Ambiental. O relatório de fiscalização sigiloso do DMLU que a Rádio Gaúcha teve acesso, de nº 02/2016, com data de 16 de julho, constatou a irregularidade.
"...nos registros de pesagem do período de 01 a 10/07, constatamos que a pesagem já atingiu 2.581,700, isto é mais de 50% da massa coletada em 1/3 do mês em curso. Tal constatação demonstra possível desvio de finalidade ou de uso dos equipamentos para a coleta de tipologia e quantidade de resíduos expressamente vedadas pelo Projeto Básico, conforme citado anteriormente".
O relatório traz mapas, com o trajeto de caminhões monitorados por GPS, parados em pontos de descarte irregular de restos de construção.
"Através deste trabalho, o CCO (Centro de Controle Operacional) identificou que 29 do total de 37 caminhões realizaram parada na rua A-P, no final da rua Graciliano Ramos, em frente à HD Sport, no período pesquisado. O referido endereço é ponto permanente de descarte irregular de resíduos e apesar de estar inserido na área da Seção Leste, recebeu a visita de caminhões das seções Centro, Norte e Sul".
Há imagens de satélite do local de descarte irregular de caliça juntadas no relatório.
Reprodução em 2015
Reprodução em 2016
O que diz o DMLU
O direto-geral do DMLU, André Carús, afirma que a empresa foi multada.
"Nós providenciamos uma série de notificações que resultaram em multa para essa empresa que é responsável pelo serviço. E além das notificações, nós glosamos um valor que corresponde a esse carregamento irregular de terra, caliça que não são parte do objeto".
O que diz a Belém Ambiental
A Rádio Gaúcha aguarda um retorno do representante da Belém Ambiental em Porto Alegre.
* Rádio Gaúcha