Julgamento de Ricardo Neis, acusado de atropelar ciclistas que participavam do movimento Massa Crítica em 25 de fevereiro de 2011, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, está em seu segundo dia. Acompanhe:
A manhã foi marcada pelo depoimento de Neis. Após cerca de 40 minutos em que prestava depoimento relembrando o dia em que avançou sobre os ciclistas que participavam da Massa Crítica, a sessão teve de ser paralisada temporariamente quando o advogado de defesa do réu percebeu que um dos jurados havia cochilado e avisou o juiz Maurício Ramires.
O juiz interrompeu a fala do réu e questionou a jurada – que se assustou ao receber uma xícara de café – sobre o que estava ocorrendo. A mulher admitiu que havia cochilado, e o juiz, reafirmando a necessidade de que todos os presentes estivessem atentos aos fatos, resolveu interromper a sessão. Os trabalhos foram retomados cerca de dez minutos depois, e Neis precisou recomeçar sua fala.
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Indignado com a situação, o advogado de defesa de Ricardo Neis, Manoel Castanheira, afirmou que pretende pedir o cancelamento do júri.
– Qual o tipo de defesa que vou fazer uma situação assim? Estou agora verificando as possibilidades, mas não dá para continuar – disse.
Depois do depoimento, os promotores Eugênio Paes Amorim e Lúcia Helena de Lima Callegari ficaram por cerca de uma hora questionando o réu. Durante as perguntas da promotoria, houve momentos tensos, em que Neis se recusou a responder. Ele permaneceu calado em pelo menos cinco das perguntas feitas por Lúcia Helena. Depois da promotoria, foi a vez do advogado de defesa questionar o réu por cerca de 40 minutos.