Recentemente, a escritora Lionel Shriver, conhecida pelo best-seller Precisamos falar sobre o Kevin, causou polêmica ao defender a prerrogativa dos escritores de falar através dos personagens que queiram, mesmo que sejam muito diferentes do autor na vida real. Em outras palavras, reivindicava o direito de dar voz a pessoas de outras etnias, gêneros, épocas, classes sociais. Sua fala foi muito criticada, e ela, acusada de minimizar os efeitos da apropriação cultural – um conceito que questiona o uso de símbolos e experiências de grupos identitários minoritários por outro dominante.
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Paulo Gleich: precisamos falar sobre o outro?
"Cercear as possibilidades de expressão na literatura e nas artes em prol de uma retidão discursiva traz o perigo de restringir a extensão da experiência humana, para a qual os escritores em muito contribuem"