Os candidatos Nelson Marchezan Junior (PSDB) e Sebastião Melo (PMDB) foram entrevistados no programa Gaúcha Atualidade desta segunda-feira (3). Eles avaliaram o resultado do primeiro turno das eleições na Capital, prospectaram alianças para o pleito de 30 e outubro e trocaram farpas. Ambos ainda confirmaram presença no primeiro debate do segundo turno, que será realizado na Rádio Gaúcha, na próxima quinta-feira (5).
Melo foi o primeiro a ser ouvido. Marchezan retardou sua chegada à Rádio Gaúcha para evitar um encontro mais demorado. Eles acabaram se cruzando rapidamente na porta do estúdio e, constrangidos, posaram para uma foto. Não se falaram. Cada um foi ouvido por 15 minutos pelos jornalistas Daniel Scola, Rosane de Oliveira e Carolina Bahia.
Melo e Marchezan posam para foto, mas não se falam em 1º encontro após eleição
Melo
Sebastião Melo agradeceu os votos recebidos e fez menção aos eleitores que votaram em outros candidatos, mas também àqueles que não fizeram nenhuma escolha (brancos, nulos e abstenções). Reclamou por ter sido alvo dos demais candidatos durante a campanha, mas focou as críticas em um deles.
“Você tinha um ataque diário do PSOL e do PT em relação ao governo. Mas tu tinhas um ataque pior ainda daquele que é candidato oponente da eleição”, se referindo a Marchezan Jr.
O atual vice-prefeito da Capital demonstrou que vai seguir a estratégia de afirmar que Marchezan não conhece a cidade e, assim, desidratar as críticas dele ao governo de José Fortunati. Outra marca que vai permanecer é afirmar que os partidos que formam a chapa do oponente integraram a base aliada da prefeitura.
Em relação a propostas, Melo prometeu agilizar o licenciamento de empresas. Disse que vai centralizar os órgãos que realizam essa ação. Quer discutir com o Piratini alternativas para ampliar o policiamento na cidade. Para economizar, afirmou que vai diminuir a máquina pública em 30%
“No mínimo 30% das secretarias eu vou cortar. Junto eu vou cortar os cargos em comissão e desse dinheiro eu vou contratar os guardas municipais”.
Marchezan
Marchezan também saudou os eleitores e mencionou todos os oponentes no início da entrevista. Respondeu a Melo sobre cortes na máquina pública, dizendo que não representará economia se a diminuição estrutural for realizada para a contratação de guardas municipais.
“Nós vamos fazer uma campanha transparente, falando a verdade, não prometendo o que não é possível e tentando explicar como a gente vai fazer aquilo que a gente está se comprometendo”.
Sobre a crise financeira que envolve os governos federal e estadual, dificultando pedidos de auxílio, Marchezan afirmou que vai focar nas responsabilidades de prefeito. Disse que quer buscar parcerias público-privadas, prometendo “abrir as portas” de Porto Alegre aos investidores.
“A gente precisa, sim, dos investimentos privados e reorganizar as contas da prefeitura”.
O candidato destacou que vai procurar o apoio dos vereadores eleitos, já que, se vencer o pleito, não terá maioria na Câmara.
Ele evitou fazer críticas diretas ao oponente, mas reclamou de serviços da cidade, inclusive pedindo transparência à prefeitura sobre a expectativa de atrasos nos salários do funcionalismo para os próximos meses. No início do ano, o prefeito José Fortunati afirmou que há o risco de pagamentos além da data usual.
Alianças
As alianças para o segundo turno já começaram a ser discutidas. O PTB é o partido que mais interessa aos candidatos, por afinidade política e pelo desempenho de Mauricio Dziedricki, que obteve quase 100 mil votos. Além do contato direto com o trabalhista, as regiões da cidade em que ele teve alta densidade eleitoral estarão nos mapas das campanhas.
As chances de apoio de PSOL e PT são remotas. No entanto, o corpo a corpo com os eleitores dessas siglas também será buscado. Convencer as pessoas que não foram votar ou que votaram nulo ou em branco também está nos planos.