Moradores da zona norte de Porto Alegre terão de conviver por mais um tempo com o mau odor que ainda emana da empresa Cettraliq, principal suspeita de ter provocado as alterações no cheiro e no sabor da água tratada da Capital. Segundo decisão judicial, a contar desta quarta-feira, a companhia terá 50 dias para retirar os mais de 2 mil metros cúbicos de resíduos armazenados no local.
Conforme a decisão publicada no site do Tribunal de Justiça na terça-feira, a companhia, que teve as atividades suspensas em agosto, precisa remover e dar o destino adequado aos efluentes, sob pena de pagar uma multa diária de R$ 200 mil. Ao fim do prazo, a empresa terá de apresentar um relatório circunstanciado do "desenvolvimento da execução do plano de remoção, detalhando, passo a passo, todas as atividades executadas para a remoção dos efluentes". O relatório deverá vir acompanhado dos documentos comprobatórios das atividades ou com a justificativa da causa de eventual impossibilidade de fazer a comprovação documental.
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O juiz determinou ainda que a Fepam providencie o deslacre para acesso aos tanques e locais de armazenamento dos efluentes, mas vetou o deslacre de qualquer saída das instalações da empresa que permita o despejo no Guaíba.
Principal suspeita de ser a responsável pelas alterações no cheiro e no sabor da água em Porto Alegre, a central de tratamento de efluentes está fora de atividade desde agosto, quando teve as atividades suspensas pela Fepam por emissão de odores acima no estabelecido na licença de operação. Posteriormente, a Cettraliq foi interditada preventivamente pela prefeitura por oferecer risco "à população e ao ambiente" e, em setembro, o órgão ambiental estadual disse que a empresa não voltará a abrir na zona norte de Porto Alegre.