Uma melodia diferente chamou atenção no desfile cívico-militar que celebrou o Dia da Independência na manhã desta quarta-feira, em Porto Alegre. O som de gaitas de fole marcou presença na Avenida Edvaldo Pereira Paiva e atraiu olhares curiosos. Direto de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, 13 meninos da Associação dos Gaiteiros Brazilian Piper – com kilts (saia masculina de tecido xadrez) e instrumentos musicais característicos da Escócia – pisaram em solo gaúcho para participar do desfile de 7 de Setembro.
A convite da Liga de Defesa Nacional do Rio Grande do Sul, o grupo desfilou com a Associação dos Amigos do Casarão da Várzea do Colégio Militar, parceira da iniciativa:
– Nós ficamos muito felizes de, no Dia da Independência, poder trazer essa alegria para todos aqueles que assistiram ao desfile. Foi o diferencial deste ano – destaca, satisfeito, o tenente-coronel Mário Gilberto Lescano, presidente da Associação dos Amigos do Casarão da Várzea e Associação de Pais e Mestres do Colégio Militar.
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Acompanhados pelo maestro José Paulo Pereira Filho, os jovens chegaram em Porto Alegre no último domingo e embarcam de volta ao Rio de Janeiro na noite desta quarta-feira, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
– É um sonho realizado, né? Eles estudaram muito para chegar aqui e não fazer feio. E eu acho que o objetivo foi alcançado – ressalta o maestro, destacando o desenvolvimento técnico dos meninos.
A Banda de Gaitas de Fole Brazilian Piper costuma se apresentar nos desfiles de 7 de Setembro em São Gonçalo. Este ano foi a primeira vez que parte dos integrantes veio representar o grupo em outro Estado no Dia da Pátria. Outros membros do grupo já fizeram apresentações em locais como em São Paulo e Belo Horizonte.
A maior diferença notada pelos jovens não foi nem a forma como o desfile é conduzido, mas, sim, as condições climáticas. Como eles mesmos brincaram, “é frio à beça aqui”. Apesar do vento forte e do dia nublado, a oportunidade de mostrar para outras pessoas a musicalidade escocesa foi única para a garotada.
– Foi uma experiência nova, muito bacana. Eu tinha muita vontade de vir aqui para o Sul – conta, com sotaque carioca, o integrante da banda Wellington Peçanha, 17 anos.
Criado em 2014, o Brazilian Piper é um projeto social que tem por objetivo educar jovens da periferia de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, por meio da música. Considerada a maior do gênero no Rio de Janeiro, a banda conta com 65 integrantes. Inspirados na cultura escocesa, a iniciativa utiliza as gaitas de fole também como instrumento de inclusão, socialização, educação e cidadania.