Com tacos na mão, seis jovens se movem rapidamente em uma quadra na Rua Vicente da Fontoura, tentando lançar uma bolinha laranja dentro de goleiras improvisadas. Eles praticam polo, só que de uma forma menos tradicional: em vez de cavalos, tentam fazer gol montados em bicicletas.
O esporte em questão se chama Bike Polo, e há registros que remetam sua criação ao século XIX, na Irlanda. Mas Raquel Aguilhera, 21 anos, só conheceu a modalidade em dezembro do ano passado, ali na praça Adair Figueiredo mesmo. Acompanhando amigos, a jovem relutou em participar de uma das partidas. Ficou receosa quando viu os tombos que ocorrem – tem vezes que os seis jogadores caem juntos, formando um montinho de bicicletas e gente. Hoje, com um punhado a mais de roxos nas pernas, ela é considerada uma das melhores entre os 20 ciclistas do grupo que se intitula Porto Alegre Bike Polo – fez dois dos seis gols na primeira partida de quarta-feira.
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– Ele tem a adrenalina do jogo em equipe e também a bike, que eu amo. Hoje eu deixo de ir a algum evento ou de sair com amigos para vir jogar – conta a visual merchandising.
Os tacos, ou melhor, "mallets" utilizados em quadra são os jogadores mesmo que fazem, reaproveitando materiais usados. As partidas terminam quando um dos dois times (que são compostos por três pessoas) fazem cinco gols, ou ao fechar 10 minutos. Os jogadores não podem colocar o pé no chão e é permitido percorrer todo o espaço da quadra, inclusive atrás das goleiras.
No começo do mês, o grupo deu um passo mais sério na prática do esporte: eles participaram de um campeonato brasileiro misto em Santos, no litoral de São Paulo. Ficaram com a 12º colocação, entre 14 times.
– A gente levou uma surra – ri o bike mensager Caio Machado, que pratica há apenas dois anos e, mesmo assim, é um dos mais experientes na modalidade.
O grupo destaca que quem quiser pode chegar nos treinos – se não tem bicicleta ou taco eles emprestam. Os encontros começam entre 20h e 21h, nas quartas-feiras em que o tempo colabora, e tem vezes que avançam até o começo da madrugada. De vez em quando, rola ainda um quentão ou churrasco vegano entre uma partidinha e outra.
Quem quiser ajudar doando materiais para os equipamentos pode entrar em contato com os integrantes pelo Facebook.
*Colaborou Bárbara Müller