Com a ajuda do filho e dos instrutores voluntários, Maria Helena Vieira da Silva, de 70 anos, teve uma segunda chance com a bicicleta. A primeira foi aos 14 anos, e desde então, a aposentada havia deixado a magrela de lado.
– Não tem idade pra aprender a andar – disse, empolgada, em cima de uma bicicleta dobrável.
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Neste domingo, Maria Helena, assim como outras dezenas de adultos e crianças compareceram ao viaduto Dom Pedro I – ao lado do Parque Marinha do Brasil – para darem as suas primeiras pedaladas. O evento Novos ciclistas de presente para POA teve o patrocínio do Itaú e a participação dos voluntários do projeto Bike Anjo e da Escolinha Bike, esta última uma iniciativa voltada a instruir crianças entre zero a sete anos sobre segurança em duas rodas. É a primeira vez que uma ação neste formato é organizada na Capital.
O evento, que começou às 9h e iria até as 16h, conta com um time de 15 voluntários que dão uma forcinha para os iniciantes de todas as idades. Bicicletas de diferentes tamanhos, com rodinhas ou sem, eram distribuídas conforme a altura e a experiência dos participantes.
Com paciência e muita atenção, eles ensinavam os primeiros passos e encorajavam os mais receosos. Primeiro, era preciso ensinar o equilíbrio em cima da bicicleta. Depois, ao ambientar-se com a atividade (e, na maior parte das vezes, com o incentivo de parentes e amigos que assistiam a tudo), os novos ciclistas arriscavam as primeiras pedaladas.
Cada conquista era comemorada por todos ao redor com gritos e aplausos. Era possível ver a expressão, um misto entre felicidade e ansiedade, no rosto de idosos e jovens, que se ultrapassavam em zigue-zague, buscando o equilíbrio em cima da bike.
O evento, para alguns, foi a oportunidade que faltava para se aproximar mais dos amigos. Do interior de Minas Gerais, Patricia Fernanda Silva, de 35 anos, mora há dois em Porto Alegre e sempre quis acompanhar os passeios de bicicleta na Redenção, programa rotineiro da turma que formou por essas bandas. Depois de cerca de uma hora, ela conseguiu pedalar sem ajuda.
– É a minha primeira vez, estava com vontade de desistir, mas deu certo. Os instrutores fazem toda a diferença no aprendizado. Todos os meus amigos andam de bike no parque e eu nunca vou. Pretendo comprar uma bicicleta e começar a ir com eles – revela.
Para Lorenzo Hubner, de 10 anos, foi a chance de aprender a pedalar para finalmente colocar em uso a bicicleta que fica na casa da família, no litoral gaúcho. O estudante compareceu acompanhado do pai, o representante comercial Marco Antonio Hubner, de 52 anos.
– Resolvi trazê-lo para tentar uma ajuda com os instrutores para ensiná-lo. De repente tem alguma técnica que estou passando pra ele de maneira errada em casa, então aqui temos o suporte – diz Marco Antonio.
O voluntário Cadu Carvalho, de 35 anos, usa a bicicleta para se locomover no dia a dia pela cidade, e se disse um entusiasta da iniciativa:
– É um sentimento muito bom ver a pessoa conseguindo pedalar. A bicicleta transformou minha vida, e é uma maneira bacana de retribuir isso.
Segundo Tassia Furtado, 31 anos, sócia-proprietária de um café dedicado à cultura da bicicleta e voluntária do Bike Anjo, a intenção é seguir com o projeto e realizar uma edição a cada primeiro domingo do mês. Para que isso seja possível, o grupo conta com a ajuda e doações de bicicletas e com a participação de entusiastas da bike que queiram ajudar outros a darem suas primeiras pedaladas. O Bike Anjo une ciclistas a pessoas que querem aprender a andar de bicicleta ou terem novas experiências em duas rodas.
– O melhor é ver o sorriso no rosto das pessoas – declara.
A programação e mais informações sobre o projeto ficam disponíveis no site do projeto Bike Anjo ou na página do Facebook.
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