Na Ilha da Pintada, lugar de história é na rua. É o que provam os moradores, pesquisadores e turismólogos voluntários que inauguraram, nesta sexta-feira, 25 painéis explanando sobre detalhes interessantes em 14 pontos históricos da localidade, como a Colônia de Pescadores e o antigo Estaleiro Mabilde. A novidade faz do bairro o primeiro de Porto Alegre a ter um museu de rua com exposição permanente.
Quem topa o desafio de conhecer o "museu de percurso" precisa estar disposto a caminhar bastante: nesta sexta-feira, os visitantes andaram mais de três quilômetros a pé. O percurso incluiu uma pausa para tomar água na casa da mãe de uma das guias mirins e canjica servida em sede da Associação Escola de Samba Afrocultural Unidos do Pôr do Sol (Afrosol). Outra parada obrigatória é o próprio Museu das Ilhas, uma sala junto ao CTG que, no momento, tem exposição homenageando famílias tradicionais da ilha.
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Os “guias” da iniciativa são adolescentes que moram na região das ilhas e estão participando de um curso de Turismo Ecológico oferecido pelo Polo Marista de Formação Tecnológica. Ronaldo Silva de Araújo, 17 anos, topou participar para conhecer mais sobre a região e ficou deslumbrado quando descobriu que embarcações dos Farrapos passaram, em 1836, pelo canalete que corta a Ilha da Pintada. Antes de apresentar pela primeira vez o banner a um público composto por estudantes de Museologia da UFRGS, admitiu estar sentindo um "frio na barriga".
– Para mim tem sido maravilhoso – diz.
O projeto resulta de uma pesquisa da professora Teresinha Carvalho da Silva, moradora do bairro, com apoio de pesquisadores da universidade. Ela faz questão de destacar: o museu é da comunidade.
– É a realização de um sonho: eu pesquiso há mais de 20 anos já. A história daqui é riquíssima – relata.
O percurso pode ser feito de maneira autoguiada, ou visitações podem ser agendadas previamente. Mais informações com a própria Teresinha, pelo telefone (51) 9852-2506.