Seja a pé ou de bicicleta, a percepção dos usuários é a mesma: faltam condições para transitar pelo trecho em frente à Fundação Iberê Camargo, na Avenida Padre Cacique, zona sul de Porto de Alegre. Repleto de buracos, poças d'água e muito barro, o espaço de pouco menos de um quilômetro de extensão é uma lacuna entre as calçadas e ciclovias das avenidas Edvaldo Pereira Paiva e Diário de Notícias. Desde a metade de março, homens trabalham no local para interligar as partes construídas e colocar um fim na falta de estrutura que atrapalha os frequentadores.
– Esse é o pior trecho. Começa bom perto do shopping e depois fica esse transtorno. A gente que é atleta de fim de semana ainda tem mais risco de se machucar – comenta o segurança Lierton Dorneles, que usa a orla para caminhar enquanto os filhos frequentam a escolinha de futebol do Grêmio.
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Segundo o diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari, a entrega dos 880 metros deve ocorrer dentro de 90 dias a contar desta segunda-feira. A construção está sendo executada via contrapartida, pela empresa Maiojama, responsável por um empreendimento em um terreno que compreende as ruas 24 de Outubro, Nova York e Mariland.
De acordo com a construtora, embora a definição da contrapartida tenha sido feita em 2011, o termo de compromisso com a prefeitura foi assinado no ano passado. A licença ambiental para a construção saiu em novembro e, conforme a Maiojama, a execução está sendo realizada dentro do prazo previsto.
Com o fim da obra, deve acabar também a cena comum de ciclistas e pedestres que dão meia volta assim que o trecho asfaltado acaba.
– Para nós, essa obra é excelente. Tu pedalas por um perímetro com ciclovia, outro sem, outro com. É muito perigoso. O problema todo são os buracos, não tem uma parte plana – avalia o químico e morador do bairro Cristal José Guimarães. Ele usa a faixa para bikes de três a quatro vezes por semana para se exercitar até a Usina do Gasômetro.
No fim de 2015, a região recebeu nova iluminação e, depois da pavimentação, deve contar ainda com a poda de galhos e retirada de uma árvore para melhorar a visibilidade e a segurança. Nesta fase do projeto, ainda não há previsão de instalação de novos bancos, de acordo com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam).
Até o momento, Porto Alegre conta com 37 quilômetros de ciclovias e tem como meta fechar 2016 com 50, afirma Cappellari. As faixas das avenidas Edvaldo Pereira Paiva e Ipiranga são as que mais recebem volume de ciclistas, segundo levantamento da EPTC.