Porto Alegre ganhou nesta segunda-feira uma ferramenta que promete colaborar para o sonho de ter um Guaíba mais limpo. Uma barreira ecológica foi construída no Arroio Dilúvio, perto da foz, com o objetivo de reter os resíduos flutuantes antes de escoarem para o Guaíba.
A barreira foi instalada de um lado a outro do Dilúvio no trecho entre as avenidas Edvaldo Pereira Paiva e Borges de Medeiros. A estrutura flutuante foi construída com garrafas PET e nela foram plantadas mudas de capim-vetiver, cujas raízes submersas devem dar mais resistência à barreira e também ajudar a filtrar a água. Debaixo da água, a profundidade da estrutura é de apenas 20cm, mas as raízes podem chegar a até 1m50cm.
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A ideia e todo o investimento são da empresa de segurança da informação Safeweb, com sede na Capital. A obra foi construída entre janeiro e março, custando R$ 250 mil, e o preço de operação mensal para a empresa deve ficar em torno de R$ 15 mil, principalmente em função do pagamento de um operador e um segurança. A retirada do lixo deve ser feita diariamente.
Vice-diretor da Safeweb, Luiz Carlos Zancanella Junior destaca que, embora soluções para o meio ambiente não sejam o negócio da empresa, inspirou-se há dois anos ao ver um vídeo sobre iniciativa semelhante na cidade americana de Baltimore. Zancanella, que mora no bairro Petrópolis e enxerga diariamente a sujeira do Dilúvio ao passar pela Avenida Ipiranga, viu uma oportunidade de ajudar.
– Queremos levar o projeto para outros rios que desembocam no Guaíba, como o Gravataí e o Sinos – adiantou.
O equipamento deve começar a ser utilizado ao longo da semana, porque são necessários os últimos ajustes, segundo a empresa. O projeto conta com a parceria do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) e da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam).
Na última limpeza da superfície de toda a extensão do Arroio Dilúvio, realizada entre setembro e outubro de 2015, o DMLU removeu mais de 65 toneladas de resíduos.
Novidade desperta a curiosidade dos pedestres
Quem passava pelo cruzamento das avenidas Borges de Medeiros e Ipiranga na tarde desta segunda-feira, diminuía o passo para observar a barreira flutuante e a grande estrutura pintada de verde na margem do Dilúvio, para onde é içado o lixo em uma gaiola de aço carbono. O advogado Gustavo Suchy 55 anos parou "de curioso", sem entender do que se tratava. Quando soube do objetivo da obra, comemorou.
_ O Dilúvio é um horror, e iniciativas como essas são louváveis. Tomara que dê certo _ desejou.