O índice de infestação predial do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya em Porto Alegre é de 2,3%, considerado de médio risco pelo Ministério da Saúde. Mas há 20 bairros com índices de infestação considerados de risco alto. A informação foi adiantada pela equipe de Vigilância em Saúde do município, que trabalha na finalização do primeiro Levantamento de Índice Rápido de Aedes Aegypti (LIRAa) do ano.
Esse número leva em consideração a porcentagem de casas pesquisadas com larvas do mosquito Aedes aegypti. Significa que 2,3% dos 7.569 imóveis visitados em 57 bairros da Capital entre 25 de janeiro e 3 de fevereiro tinham larvas do mosquito.
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Os bairros com índices de infestação superiores a 3,9%, o que representa alto risco da doença são Independência, Moinhos de Vento, Mont´Serrat, Bela Vista, Auxiliadora, Bom Fim, Santa Cecília, Rio Branco, Jardim Botânico, Petrópolis, Rubem Berta, Camaquã, Vila Assunção, Tristeza, Vila Conceição, Hípica, Pedra Redonda, Espírito Santo, Guarujá, Serraria. A Vigilância deve divulgar os resultados dos demais bairros nos próximos dias no site www.ondeestaoaedes.com.br.
Coordenador da Vigilância em Saúde, Anderson Lima, diz que o resultado da análise é um sinal de alerta.
- Temos um risco moderado pela presença do mosquito, mas os casos autóctones acendem uma luz vermelha, afinal tem mosquito e tem circulação viral.
Em 2015, neste mesmo período, o grau de infestação médio foi de 3,5%, maior do que o último, mas o coordenador vê a situação atual com ainda mais preucupação: além de dengue e chikungunya, o mosquito agora também transmite o zika vírus.
Foram identificados 200 criadouro de Aedes aegypti em 175 imóveis da cidade. De acordo com a bióloga Maria Mercedes Bendati, os focos pequenos, utilizados no dia a dia das casas, como baldes e frascos, corresponderam a 35% dos locais com larvas. Os pratinhos que ficam embaixo dos vasos de plantas, por exemplo, corresponderam a 18,5% dos recipientes, e os ralos de água da chuva, 18% dos criadouros.
Nesta quinta-feira, equipes de agentes da Vigilância em Saúde e 30 militares do Exército intensificaram ações de combate ao mosquito no bairro Vila Nova. Apesar de mostrar índice de infestação de 1,3%, inferior à média de município, é o bairro com situação mais crítica: foram confirmados 13 casos de dengue autóctones (contraídos no local).
Um dos moradores que abriu as portas de casa aos militares foi o motorista Carlos Alberto de Moura Schantz, 46 anos, que reside há 22 anos no bairro e diz que nunca viu nada parecido. Uma vizinha dele foi diagnosticada com dengue, o que deixa a família Schantz ainda mais preocupada.
- A sensação é de insegurança. Não depende só de ti, é um conjunto, todo o pessoal precisa se conscientizar e lutar junto - diz o motorista.