Em 2014, a arquiteta e urbanista Raquel Rolnik encerrou um período de seis anos como relatora especial da ONU para o Direito à Moradia Adequada, experiência registrada no recém-lançado Guerra dos Lugares (Boitempo, 424 páginas, R$ 62). No livro, a professora da USP e colunista da Folha de S. Paulo e do Yahoo! Notícias mapeia o que chama de processo de financeirização da moradia em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil. Denuncia a transformação do direito humano à moradia em um mecanismo de maximização de lucros, resultando em uma concentração do estoque habitacional e na precarização da vida das camadas mais pobres da população.
Ex-diretora de planejamento da cidade de São Paulo durante a gestão de Luiza Erundina (1989 - 1992) e ex-secretária nacional de Programas Urbanos do Ministério das Cidades de Lula (2003 - 2007), a autora abriu voto para Dilma Rousseff no segundo turno das eleições de 2014, mas se considera afastada do partido por não ter conseguido implementar a agenda de uma reforma urbana. É crítica do programa Minha Casa Minha Vida, o qual julga inadequado às necessidades dos mais vulneráveis economicamente. Em sua opinião, foi "perverso" torná-lo um modelo único, desconsiderando particularidades locais.
Raquel conversou com a reportagem por telefone, de São Paulo.
Entrevista
Raquel Rolnik: "É preciso entender a moradia como direito"
Arquiteta e urbanista critica o que chama de processo de financeirização da moradia
Fábio Prikladnicki
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