Uma operação policial realizada na manhã desta sexta-feira prendeu uma quadrilha que fornecia armas e munição para traficantes de drogas e ladrões de cargas na Grande Porto Alegre. Cerca de 150 policiais cumpriram 22 mandados de busca e apreensão e seis de prisão temporária na Capital, incluindo nas ilhas, em Viamão e em São Leopoldo. Até o momento, 13 pessoas já foram presas.
Entre os alvos, estão donos de loja de caça e pesca e também um homem responsável por intermediar armamento entre o estabelecimento comercial e os criminosos, identificado como Marcos André Moreno, 32 anos. Este suspeito ainda ostentava nas redes sociais ao postar fotos em jet-ski e lanchas. Durante investigação policial, outros oito suspeitos envolvidos no esquema já foram detidos.
A investigação de 10 meses é da Delegacia de Roubo de Cargas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). O delegado Juliano Ferreira conta que tudo começou ao investigar um assalto a uma empresa de cargas que atua no aeroporto Salgado Filho. Após isso, descobriu-se os integrantes do grupo que cometeu o crime e o suspeito de fornecer armas para a quadrilha.
Ferreira diz que o suspeito, com antecedentes criminais e com ingresso no sistema prisional, comprava as armas e munição de pelo menos duas lojas de caça e pesca em Porto Alegre, uma na Farrapos e outra na Protásio Alves. Ele adquiria os produtos de forma ilícita, já que a aquisição ocorria muitas vezes em ruas próximas aos estabelecimentos comerciais e sem a apresentação de porte de arma, além de não ter registro exigido pela lei.
- Ele comprava armas de vários calibres das lojas, mas principalmente pistolas. Além disso, negociava fuzis com um traficante do Paraguai. Tudo era repassado para ladrões de cargas e traficantes de drogas, geralmente das ilhas do Guaíba - ressalta Ferreira.
Em 10 meses de investigação, este intermediário entre as lojas e criminosos negociou mais de R$ 1 milhão em armamento. O Deic vai acionar o Exército e a Polícia Federal para que providências sejam tomadas em relação aos estabelecimentos comerciais que vendem armas. A chamada Operação Columbine conta também com o apoio do helicóptero da Polícia Civil e de barcos para atuar na região das ilhas.