Dezenas de manifestantes bloquearam na manhã desta segunda-feira as avenidas Mauá e Júlio de Castilhos, no centro de Porto Alegre, em ato contra a reintegração de posse de uma região de ocupações na Estrada Antônio Severino, bairro Rubem Berta, na Zona Norte. Eles carregaram faixas e trancaram o viaduto que liga a Avenida da Legalidade e Democracia à Rua da Conceição. A situação começou a se normalizar apenas no final da manhã.
Conforme informações da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), o trânsito ficou parado na região central da cidade, principalmente para quem chegava à Capital. Às 10h30min, os manifestantes partiram em caminhada para o Paço Municipal, onde tentariam um encontro com o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati. Eram cerca de 100 pessoas.
Conforme a Rádio Gaúcha, a área é privada e foi ocupada em 2014. Atualmente, vivem no local cerca de 300 famílias. Em entrevista à emissora, Fortunati afirmou que não receberá as lideranças do protesto. De acordo com o prefeito, a área reivindicada pelos manifestantes foi ocupada por grileiros que "utilizam de pessoas de boa fé que precisam de moradias":
- Eles ocuparam a área, venderam e contam com um escritório. É uma verdadeira máfia. Não estamos tratando apenas de pessoas ingênuas. Muitas delas são usadas por pessoas inescrupulosas. Não há possibilidade (de receber o grupo).
Os reflexos da manifestação foram sentidos na Avenida da Legalidade e da Democracia, que registrou congestionamento intenso em todo o Centro. Às 10h45min, ainda era complicado circular na região.
- O que eles estão fazendo é coação. Por isso, o prefeito não vai recebê-los. Não será com chantagem que abriremos exceção - complementa Fortunati.
Os manifestantes afirmaram que os bloqueios às avenidas podem se estender ao longo dos próximos dias. Eles pedem mais prazo para a reintegração, prevista para 15 de dezembro. Um dia depois, ocorrerá uma audiência pública na Assembleia Legislativa para tratar do tema. Cerca de 350 famílias moram no local.
* Zero Hora