Mais de uma semana após o forte temporal que atingiu Porto Alegre, parte do bairro Guarujá segue submersa. A altura da água na Avenida Guaíba, em frente ao Parque Zeno Simon, bate na altura da canela e impossibilita a travessia de veículos. A cheia que também invadiu casas de moradores que, nesta sexta-feira, cobraram auxílio da administração municipal.
Pela manhã, o prefeito José Fortunati, acompanhado de representantes da Defesa Civil e do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), visitou a região e prometeu pagamento de aluguel social aos atingidos pela cheia. O valor varia entre R$ 300 e R$ 500.
- No Guarujá, não há problema com arroio e nem com boca de lobo. O problema é que o Guaíba subiu e, naturalmente, o bairro acabou ficando completamente encharcado - disse Fortunati.
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Moradores do bairro torcem pelo recuo do Guaíba para dar início à limpeza de suas casas e contabilizar os danos. Nesta sexta-feira, porém, o aumento da vazão de rios afluentes fez subir o nível do Guaíba: chegou a 2m66cm no fim da manhã. A medição é inferior ao pico da atual cheia (2m94cm), mas a tendência é de que o nível siga em alta mesmo sem chuva por influência, também, dos ventos que sopram do Sul e represam a água.
A prefeitura não contabilizou o total da população afetada pela cheia no Guarujá - sabe-se, no entanto, que o número é bem menor que o de atingidos na região das Ilhas. Entre os moradores do bairro da zona sul da Capital, o consenso é de que essa foi a maior cheia de que se tem lembrança na região.
- Em 15 anos, é a primeira vez que a água invadiu a minha casa - garante a cuidadora Michele Coelho, 35 anos.
Na casa de Michele, na Avenida Guaíba, a água chegou a altura dos joelhos. Desde a semana passada, ela dorme, com os dois filhos, na garagem da casa de amigos no bairro Assunção por conta do alagamento. A vizinha Marisa Renck, 62 anos, preocupa-se que a chuvarada tenha comprometido a estrutura de sua residência:
- Minha casa está entortando, cedendo, a parede rachou. Não me importo com as coisas materiais de dentro, isso a gente recupera, mas a casa, literalmente, eu perdi. Está dentro de uma lagoa.
Em reunião com Fortunati na quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff confirmou que o governo federal não irá reconhecer a situação de emergência decretada em Porto Alegre por causa das chuvas. Isso porque o levantamento de danos provocados pelo mau tempo não atinge o percentual mínimo exigido por lei (2,77% do comprometimento da receita líquida do município).
- É importante que haja a flexibilização do decreto do governo federal, porque os moradores poderiam sacar o FGTS e outros benefícios - reforçou o prefeito.
#EuAjudo
Saiba onde entregar doações às vítimas do mau tempo na Capital:
Defesa Civil Estadual
Endereço: Avenida Borges de Medeiros, 1501
Itens: alimentos, água, materiais de higiene e limpeza e colchões.
Informações: 199
Defesa Civil Municipal
Endereço: as doações são recolhidas no Ginásio Tesourinha, s/n
Itens: alimentos, materiais de higiene e limpeza
Informações: (51) 3268.9026
* Zero Hora