Se o governo do Rio Grande do Sul não vê necessidade de pedir ajuda da Força Nacional de Segurança, mesmo diante do aumento da criminalidade nas últimas semanas, no Piauí o Executivo já pediu inclusive prorrogação da permanência dos policiais diante dos bons resultados.
"Em agosto, [o Estado] chegou a ter uma redução de 51% dos homicídios", revelou o secretário da Segurança do Piauí, Flávio Abreu, em entrevista ao programa Gaúcha Repórter desta quinta-feira (10).
Segundo ele, o pedido da ajuda federal foi feito, principalmente, pelo elevado número de homicídios registrados em 2014 na Grande Teresina.
Flávio Abreu afirma que os índices melhoraram tanto que já houve prorrogação por mais três meses, e será feito um novo pedido para prolongar a permanência por mais um semestre.
"O estado estava numa situação de violência nunca antes vista, tinha índices alarmantes de homicídios. Não era comum tantos mortos", destacou.
O secretário disse ainda que a Força Nacional de Segurança é um complemento às ações policiais. Ainda segundo ele, o pedido de ajuda não feriu "os brios" dos policiais.
"O apoio da Força Nacional não substitui o aparelho policial existente no estado, a polícia não deixou de ter autonomia. O Estado não deixou de ter autonomia", garantiu o secretário.
Apoio à área da segurança
Por uma questão estratégica de segurança, o secretário não revelou quantos são os agentes da Força Nacional no Piauí. No entanto, disse que são dez viaturas rodando na Grande Teresina por turno.
Flávio Abreu afirmou que o governo pediu inicialmente o policiamento ostensivo, mas que depois também solicitou apoio para as áreas de Polícia Civil, em razão dos atrasos nos inquéritos, e de Perícia, diante da demora na conclusão de laudos.
O secretário explicou ainda que, no início, os policiais da Força Nacional trabalhavam juntos com os PMs do Piauí - por não conhecerem a região - mas que depois passaram a atuar de forma independente, resolvendo ocorrências e levando presos para a Central de Flagrantes.
Comparação RS x PI
Porto Alegre teve no primeiro semestre um homicídio para cada 4.827 habitantes (290 casos). Em Teresina, o índice foi de um homicídio para 5.405 (142 casos).