As paradas de ônibus do centro de Porto Alegre que levam para a Vila Cruzeiro, Morro Santa Tereza e arredores estavam cheias de passageiros na manhã deste sábado à espera das cinco linhas interrompidas por causa de um tiroteio com um morto e sete feridos ocorrido na Vila Cruzeiro na tarde de sexta-feira e de um ônibus incendiado durante a noite. O atendimento no Pronto-Atendimento da Vila Cruzeiro também foi fechado após os crimes. No domingo, a prefeitura vai reavaliar a reabertura do local.
Intrigada com a demora da linha Cruzeiro, que não vinha há mais de 30 minutos, a auxiliar de limpeza Janaína Quadros estava impaciente, mas precisava esperar.
- Pegar lotação é muito caro. Então não me resta alternativa - explica.
Segundo Janaína, a queima de ônibus no bairro onde mora, na noite passada, deixou a população acuada. Só quem precisava sair de casa para trabalhar, como ela, foi às ruas.
- Quando acontecem coisas desse tipo, a sensação é de medo, as pessoas deixam de sair de casa - complementa.
Desavisada sobre a interrupção das linhas, a comerciante Telma Vieceli pretendia pegar o Pereira Passos, mas após uma longa espera, descobriu que precisava atravessar a rua para encontrar uma alternativa.
- A segurança preocupa. Mas tem que pegar ônibus, não tem outro jeito.
Nas ruas Sepé Tiaraju, Orfanotrófio e na Avenida Moab Caldas, as paradas estavam vazias. Devido ao clima de insegurança, muitos passageiros optaram por se deslocarem de lotação e táxi.
As linhas interrompidas são a 282 - Cruzeiro, 282.1 - Pereira Passos, 244 - Santa Tereza, 244.1 - Mariano de Matos e T3. A previsão das empresas é de que as linhas voltem a circular apenas quando houver reforço na segurança.
O posto de saúde da Vila Cruzeiro também foi fechado depois da onda de violência de sexta-feira. Dez passageiros foram transferidos para outros hospitais durante a madrugada. Os demais haviam sido transferidos ainda até a noite de sexta-feira. Na manhã de domingo, a prefeitura terá uma reunião para avaliar a reabertura do posto de saúde. A previsão é de que ele reabra somente na segunda-feira.
O prefeito José Fortunatti solicitou apoio da Força Nacional de Segurança. A Secretaria Estadual de Segurança Pública não apoia a medida.
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