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Entenda como os energéticos agem no organismo

Fornecimento do produto para menores de 18 anos foi tema de projeto votado nesta quarta-feira na Câmara de Vereadores de Porto Alegre

Divulgação / null
Maior problema, segundo especialistas, é a associação do energético com álcool

Popularizado nos últimos anos, o consumo de energéticos foi tema de votação nesta quarta-feira na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. O projeto que pretendia proibir o fornecimento da bebida a menores de 18 anos foi rejeitado, mas outro muito semelhante está em pauta no Congresso Nacional. Prova de que o assunto não é localizado. Até na comunidade médica não há um consenso.
 
De acordo com o cardiologista Carlos Kalil, as pesquisas mais recentes apontam que, em quantidades adequadas, a bebida não faz mal à saúde, desde que o consumidor não tenha problemas cardíacos. Isso porque a bebida tem alto teor de cafeína, que acelera os batimentos do coração e pode provocar, entre outros sintomas, palpitações, hipertensão, convulsões e, em raríssimos casos, morte.


 
O limite recomendado de cafeína por dia é de 200mg a 400 mg para adultos e de 100mg para crianças. Kalil explica que é menor no último caso, pois o metabolismo dos pequenos é mais acelerado, e eles são mais suscetíveis aos efeitos dos estimulantes, podendo causar euforia e até pânico. Como um energético tem, em média, 80mg de cafeína, é bom estar atento às quantidades. Na comparação, um café expresso tem 40mg e uma caneca de chá-mate pode ter 25mg do componente.
 
O maior problema, de acordo com os especialistas, está na associação do energético ao álcool. O poder de estimulação do energético, segundo Kalil, mascara os efeitos da bebida alcoólica, mas não os elimina.
 
- Ele ativa o sistema nervoso central e tira a sonolência do álcool, dando uma falsa sensação de que está tudo bem, mas os efeitos estão todos presentes - explica o cardiologista.

Empresários fazem lobby para barrar projeto dos energéticos
 
Nutricionista especializada em esportes, Camila Mai avalia como negativo o consumo de energéticos na prática esportiva, seja para quem quer emagrecer, seja para quem ganhar musculatura.
 
- O pior é o que chamamos de efeito rebote. Durante o treino, quem ingeriu a bebida fica com uma sensação de energia, mas, quando passa esse efeito, vem a ansiedade.  E é péssimo, porque a pessoa acaba comendo compulsivamente. Sem contar a quantidade de açúcar que os energéticos possuem - explica Camila.

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Além disso, a nutricionista aponta que não há ganhos reais em termos de malhação:
 
- O energético acelera o metabolismo e vai dar mais energia, contudo, não é benéfico nem para hipertrofia nem para a queima de gordura, porque ele acelera demais e acaba te fazendo queimar gordura e massa muscular.

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