Ponte de mão única prejudica o trânsito Foto: Lauro Alves / Agência RBS
Paradas desde o ano passado, as obras de prolongamento da Avenida Severo Dullius, na zona norte de Porto Alegre, finalmente devem sair do papel. A ampliação da via, que fazia parte dos projetos previstos para a Copa do Mundo, teve, enfim, a aprovação da Caixa Econômica Federal. A previsão é de que a ordem de início para os trabalhos ocorra na terça-feira, e a promessa da Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov) é de que em até 15 dias os operários estejam trabalhando no local.
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- Vamos começar a instalar as máquinas e deslocaremos os operários até o local. Isso deve levar umas duas semanas - afirma o diretor de Obras e Projetos Especiais da Smov, José Carlos Keim.
O primeiro passo será realizar a pavimentação do primeiro trecho da via, nas proximidades da Avenida Dique. A nova previsão de conclusão é para o fim de 2016. Mas Keim coloca uma ressalva:
- Queremos terminar essa obra entre outubro e novembro do ano que vem. Deve levar uns 14 meses. Isso se o tempo ajudar e não tivermos contratempos.
As obras de prolongamento da Severo Dullius começaram em setembro de 2011. Porém, o projeto inicial passaria por uma antiga área de aterro da Capital, o que envolveria risco ambiental. Como o município não conseguiu licença para remover o material, o traçado viário teve de ser alterado para contornar essa área, o que estava emperrando a obra.
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A nova via conectará a Severo Dullius com a Avenida Sertório pelas ruas Dona Alzira e Sergio Jungblut Dietrich e promete agilizar o trânsito na Zona Norte da cidade, sendo também um anel viário para acesso ao aeroporto Salgado Filho. Serão 2,4 quilômetros de extensão duplicados, com duas pontes e canalização de esgoto pluvial. O projeto foi orçado em R$ 83 milhões.
Atraso fez empresário propôr doação de ponte
Cansado de esperar por uma via que tinha, desde o início, o objetivo de desafogar o trânsito na Zona Norte, o empresário Sérgio Kaminski decidiu tirar do próprio bolso o investimento para uma nova ponte para ligar a Avenida das Indústrias à Avenida Dique. A pequena travessia que existe atualmente tem apenas um sentido e provoca transtornos aos motoristas nos horários de pico.
- Aquela ponte que existe hoje já foi doada por nós há mais de 30 anos. Só que a intensidade do tráfego era muito menor. No início e no fim do dia, são filas de mais de um quilômetro. Além da necessidade de adequação, o semáforo da ponte tem uma constância igual 24 horas por dia. Então, nós decidimos fazer outra, para ter dois sentidos e não precisar de sinaleira. Só que, às vezes, parece que a doação não é bem-vinda porque ninguém vai capitalizar o mérito - diz o empresário.
Kaminski acredita que o investimento total em uma nova ponte para ligar as duas avenidas ficaria em torno de R$ 400 mil. O valor seria custeado pela empresa da qual é proprietário e contava com o apoio da Associação dos Amigos do Bairro Anchieta (Adaba).
- A gente queria fazer outra ponte para o trânsito fluir melhor. Hoje é um problema terrível. Muitas pessoas usam a Dique para chegar até a Sertório. É caminho de muita gente - reforça a secretária da Adaba, Regina Alencastro.
O empresário afirma que não queria nada em troca, apenas um trânsito melhor para a região onde trabalha. No entanto, a negociação com a Smov não avançou.
- Conheço o Sérgio há muitos anos. Ele é meu amigo, e a intenção dele é ótima. A prefeitura não é contra, muito pelo contrário. A prefeitura aceita a doação. Só que para ele doar, primeiro teria de fazer um projeto. Depois, diversos órgãos municipais teriam de aprovar. E como nós já vamos começar a trabalhar na Severo Dullius, não há necessidade da doação da ponte. Não teria sentido - alega o engenheiro Keim.
*Zero Hora