Às 12h38min de terça-feira, um adolescente de 16 anos foi atacado por três assaltantes na Avenida Borges de Medeiros. Cena recorrente no Centro Histórico da Capital, desta vez, a própria vítima buscou as imagens de câmeras de segurança e divulgou um vídeo nas redes sociais. Até a noite desta quarta-feira, a Brigada Militar ainda não havia identificado os criminosos, mas teve conhecimento do vídeo e garante que os policiais reforçarão a segurança na região - que era o objetivo do adolescente.
"Prestem a atenção neste indivíduos", postou ele junto com as imagens no Facebook, que contabilizavam mais de 1,6 mil compartilhamentos menos de 24 horas depois.
Assista ao vídeo editado e divulgado pelo adolescente:
- Se todo mundo divulgasse imagens, com certeza teríamos mais segurança e os criminosos ficariam mais receosos de agir - defende a mãe da vítima.
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Menor aprendiz, o adolescente passa diariamente pela Borges de Medeiros. Ele conta que na terça, quando retornava do trabalho, foi surpreendido pelos jovens:
- Eu vi que eles (os assaltantes) estavam me olhando, mas daí eles se afastaram e eu atravessei a rua. Quando cheguei na calçada, um se parou na minha frente, pensei em correr, mas estava com o pé machucado. Aí já vieram os outros dois, só levantei as mãos. Pegaram meu celular e minha carteira com todos os documentos - conta a vítima.
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O trio não usou nenhum arma para ameaçar o adolescente, mas facas e armas de fogo vêm sendo frequentemente utilizadas neste tipo de ação que, segundo o comandante do 9º BPM, tenente-coronel Francisco Vieira, foca em objetos pequenos e de valor.
- Nós mantemos viaturas nas ruas, o que ajuda a coibir este tipo de ação, mas não temos como estar em todos os lugares em todos os momentos. Por isso, sempre digo que as pessoas têm que ajudar e não dar oportunidade. Se for atender o celular, entre numa loja, leve a bolsa à frente, não deixe a carteira a mostra ou ande ostentando objetos como correntes, brincos e relógios, porque o marginal está na espreita, só esperando a oportunidade - aponta Vieira.
Após o assalto, o adolescente procurou um policial militar, que teria promovido buscas imediatamente na região, mas não encontrou os suspeitos, e registrou a ocorrência na 1ª DP, no Centro. Vieira elogia a ação e reforça que todos as ocorrências, mesmo os de baixo grau de ameaça, devem ser registradas, pois ajudam a polícia a combater os crimes.
A BM já identificou que há, pelo menos, quatro quadrilhas que agem na região do Camelódromo e, dentro de cada núcleo, há gente especializada em roubo, em negociação, em desbloqueio de celular e na venda. A dificuldade em combater esse tipo de crime, conforme Vieira, está na "quantidade de delinquentes".
- Abordamos diariamente dezenas de pessoas, mas é difícil realizar o flagrante. E, quando conseguimos, a pena é branda, então eles voltam para a rua.
O comandante também alerta aqueles que compram celulares roubados atraídos pelo baixo preço:
- Quem compra está cometendo um crime tão ou maios grave do que aquele que está vendendo ou até roubando o celular. A lógica é a mesma da droga: só tem traficante, porque tem consumidor. Então quem compra está fomentando o crime e colocando em risco outras pessoas.