As ondas gigantes na Orla de Ipanema que impressionaram moradores na noite desta segunda-feira diminuíram consideravelmente, mas continuam movimentando as águas do Guaíba na Zona Sul da Capital. Após mais de duas semanas de chuva, o vento e a correnteza foram responsáveis por um acúmulo de sujeira acima dos padrões nas margens do Guaíba.
Acostumados a realizar a limpeza diária da orla de Ipanema, os funcionários do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) irão demorar bem mais do que o comum para finalizar o trabalho. Com a subida de nível do Guaíba e as ondas gigantes, toda a sujeira trazida das ilhas e das demais regiões da cidade ficou acumulada na Zona Sul da Capital.
José Altair da Rocha Cardoso, funcionário da Cootravipa, diz que cerca de 35 pessoas trabalham para dar fim a lixão.
- Acho que vamos até o final da semana trabalhando aqui. Isso se o tempo continuar seco, senão demora mais - afirma Cardoso.
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Responsável por fazer o transbordo do lixo para o aterro da Lomba do Pinheiro, Luís Cláudio de Oliveira disse que nunca tinha visto sair tanto resíduo em 15 anos de trabalho. Oliveira mostrou-se impressionado com a altura que a água atingiu e o movimento das águas.
- É um muito cenário diferente do que estamos acostumados. Vai dar trabalho recolher tudo isso.
Acostumado a remar no rio, o dentista Sander Schwerdt aguarda a melhora do tempo para retomar as atividades de lazer. Enquanto registra a cena no celular e caminho por entre galhos e lodo, o morador da Assunção diz o que sente sobre o cenário:
- É um misto de beleza e susto - descreve.
A Secretaria de Portos e Hidrovias da prefeitura faz três medições por dia no Guaíba para fins de navegação. Na última medição, realizada por volta das 14h desta terça-feira, foi verificado que o nível da água está 2,42 metros acima da media anual, que é 0,84m.
- Esse numero não é corriqueiro. Está bem mais alto por causa da chuva. Mas as ondas são por causa do vento - diz Guaraci Bastos Reis, funcionário da SPH.
