Viaduto tem cobertura depredada e pichações
Foto: Ronaldo Bernardi/Agência RBS
Foi liberado, na manhã desta segunda-feira, o fluxo de ônibus no Viaduto São Jorge. Na esquina das avenidas Bento Gonçalves e Aparício Borges, em Porto Alegre, teve sua segunda etapa liberada: a primeira foi a permissão para o fluxo de veículos na parte superior, em março. Também foram abertas para o tráfego as alças de acesso à Av. Bento Gonçalves, nas laterais do viaduto.
- Para nós, essa é a parte mais importante, que é o transporte coletivo. Este é o segundo maior centro de transposição de ônibus na cidade, atrás apenas do Terminal Triângulo - disse o presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari.
Uma rampa dá acesso ao corredor construído sob a pista por onde circulam os demais veículos. Passageiros de cinco linhas - que somam 100 mil por dia, segundo a EPTC - podem usufruir do novo espaço: T2, T4, T11, T11A e Otto/HPS/3ª Perimetral. O primeiro a circular no novo corredor foi um ônibus da linha T2, às 8h55min.
Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Diante do terminal novo em folha, usuários comemoraram. Moradoras da região, Andréa Ibias e Nilza Kingesk sequer precisavam pegar ônibus nesta segunda-feira. Foram ao local apenas para ver de perto a obra concluída.
- Utilizo essas linhas para ir visitar o meu irmão. Achei bem legal (o terminal), só fiquei com medo do jeito que sacode - avaliou Andréa, assustada com a trepidação do piso.
Já a vendedora Nilza Kingesk aprovou o novo local, que deve ajudar a "desafogar" a Rua Barão do Amazonas, nas proximidades de sua casa. Um usuário que aguardava pela linha T2 sentiu falta de bancos, mas comemorou a cobertura da nova estrutura, que protegerá mais quem espera por ônibus nos dias de chuva.
A ausência de lixeiras também intrigou algumas pessoas - outras refletiram menos e lançaram suas bitucas de cigarro pelas grades de proteção no meio da Avenida Bento Gonçalves. O presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, e o secretário de Gestão, Urbano Schmitt, não souberam dizer quando as latas de lixo, que seriam de responsabilidade da empreiteira, serão instaladas.
- O mais importante era permitir a passagem de ônibus. Lixeiras, em pouco tempo, se coloca - atenuou Urbano Schimitt.
Conforme Vanderlei Cappellari, a sinalização no local, ainda escassa, será melhorada. A EPTC estuda um modelo de sinalização eletrônica para o conjunto, também sem previsão de instalação. Agentes de trânsito orientarão o fluxo no local pelos próximos dias.
Além dos ajustes na infraestrutura, mais uma modificação deve ser feita para facilitar a vida dos usuários do transporte coletivo. Duas paradas de ônibus da Avenida Bento Gonçalves devem ser deslocadas para baixo do Viaduto São Jorge, onde o deslocamento promete ser mais seguro.
A 3 km do novo viaduto, primeira obra da Terceira Perimetral está sucateada
Se o clima ainda é de euforia como o novo espaço, outras estações no corredor da Terceira Perimetral levantam dúvidas sobre quanto tempo o viaduto ficará em boas condições de uso. A menos de três quilômetros do Viaduto São Jorge, no cruzamento das avenidas Carlos Gomes e Protásio Alves, o Terminal Mendes Ribeiro, inaugurado em 2003, é o retrato do descaso.
A combinação de mau uso com falta de manutenção transformou o local - por onde passam algumas das linhas que circulam sob o viaduto novo - em um emporcalhado ponto de ônibus que pouco lembra o arrojado terminal que custou à prefeitura quase R$ 15 milhões (R$ 31 milhões hoje, com a correção monetária).
Além da cobertura e lixeira depredadas, não há superfície que não esteja pichada. Os elevadores instalados para facilitar o acesso de idosos e pessoas com deficiência não funcionam, e o concreto por onde circulam os ônibus ostenta dezenas de rachaduras.
- Não tem jeito, está sempre assim, sujo. Os elevadores, então, nunca vi funcionar - lamentou um dos usuários enquanto aguardava pelo ônibus.
Procurado pela reportagem, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana enviou uma equipe ao local para vistoriar as lixeiras depredadas. A EPTC disse que os elevadores são constantemente vítimas de vandalismo e que, por isso, a empresa vai acionar a prestadora de serviços para consertar os equipamentos. Sobre a cobertura, a EPTC informou que já realizou manutenção no local e que os serviços seguirão sendo realizados durante este mês.
Já a Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov) disse que seus técnicos estão avaliando qual o melhor serviço para fazer a recuperação emergencial das placas de concreto e que nas próximas semanas vai iniciar os reparos.
Depredação no Mendes Ribeiro virou notícia antes mesmo da inauguração
*Zero Hora