Encerrada a greve dos municipários, o prefeito José Fortunati afirmou, na noite desta quarta-feira, em entrevista no Paço Municipal, que as aulas perdidas nos últimos 15 dias serão recuperadas até janeiro de 2016. Fortunati explicou que o prolongamento do ano letivo se torna necessário em decorrência de determinações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB): o calendário escolar deve ter 200 dias letivos e 800 horas/aula, e a recuperação dos dias da greve não pode ocorrer em sábados, feriados ou fora do turno normal do aluno.
- A secretária municipal de Educação já começou a estabelecer relação com as escolas para, em conjunto, organizarem o calendário de recuperação. É sempre ruim entrar em janeiro com aulas, mas é a única forma de compensarmos os dias parados e cumprir com o que a LDB manda - destacou.
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A respeito do parcelamento do reajuste de 8,17% aos municipários, Fortunati comentou que foram feitos cálculos levando em consideração o orçamento do município, a queda da arrecadação e do repasse dos governos federal e estadual, e constatou-se que não seria possível fornecer o aumento em uma única etapa.
- Isso impediria que nós continuássemos oferecendo serviços para a população. A gente não pode sacrificar a população em função do pagamento dos salários. Salários são sagrados, mas temos consciência que Porto Alegre paga hoje os melhores salários do estado e um dos melhores salários do país - ressaltou.
Fortunati considera "normais" as dificuldades na negociação com o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) - ao longo dos 15 dias de paralisação, a categoria bloqueou diversas vezes o acesso à sede administrativa, e a prefeitura só aceitava negociar se não houvesse obstrução. Lembrou que tem "alguns anos de greve", enquanto esteve engajado com o Sindicato dos Bancários e na CUT.
- Para o líder sindical, é muito fácil saber quando a greve começa, mas é muito difícil saber quando ela termina. Depois que uma greve é deflagrada, os componentes nem sempre são racionais, muitos têm fundo emocional - afirmou.
Mas Fortunati acrescenta que os representantes do Executivo se sentem "extremamente confortáveis" com o acordo, por acreditar que estão valorizando os servidores, e diz que os municipários tiveram muitos resultados positivos - ele cita, entre outros, o aumento salarial, a elaboração do projeto do efeito cascata em conjunto com representantes do Simpa e o reajuste de 8,82% do vale-alimentação, um pouco acima da inflação.
- Estamos contentes que tenhamos conseguido encerrar a greve antes do feriado, para que, na sexta-feira, possamos reorganizar o serviço, e, a partir de segunda-feira, dar 100% no atendimento à população.
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