Um terceiro ônibus vindo do Acre com imigrantes chegou a Florianópolis por volta das 18h desta segunda-feira, novamente, sem aviso prévio à Secretaria de Assistência Social ou à prefeitura. Mas, dos 11 haitianos que vieram em busca de emprego e melhores condições de vida, apenas nove ficarão na cidade.
Os outros dois estrangeiros não chegaram a descer do ônibus e entrar no ginásio do Capoeirão. Eles seguirão viagem para Porto Alegre com mais nove senegaleses que chegaram nesta madrugada e resolveram embarcar no veículo. Alguns imigrantes que vieram nos outros dois ônibus desembarcaram em Curitiba e outros ainda planejam seguir viagem para Criciúma, Blumenau e Concórdia.
Ônibus chegam com 25 senegaleses e 18 haitianos a Florianópolis
De Olho nas Ruas: imigrantes estão em busca de emprego
Segundo a secretária municipal de Assistência Social, Silvia de Luca, cada estrangeiro enfrenta uma situação diferente.
- Alguns têm dinheiro e compram passagens para outras cidades, outros recebem carona e alguns tem amigos e familiares no Estado. Florianópolis tende a ser um lugar transitório para eles.
Mas alguns dos novos moradores de SC pretendem fixar-se e encontrar emprego na Capital. O haitiano Jean Pierre Laguerre, de 25 anos, afirma que irá tentar obter carteira de trabalho e mais rápido possível. Conta que na sua terra natal trabalhava como carpinteiro e "erguia paredes" no setor de construção civil, mas que sua situação se complicou após o terremoto que assolou o país em 2010.
- Alguns amigos meus já moram em Florianópolis. Vou ficar com eles um tempo. Quero trabalhar com carpintaria - diz.
O também haitiano Samedy Lifaiete, de 30 anos, estava com um semblante preocupado quando desembarcou do terceiro ônibus. Disse que não tinha amigos e nem familiares em SC, tem completo apenas o ensino básico e possui pouca experiência no mercado de trabalho. Ele irá ficar em Florianópolis, onde pretende procurar emprego, mas está bastante apreensivo sobre ter que sair do abrigo, pois não tem onde ficar.
Os haitianos que ficaram em Florianópolis serão cadastrados pela Secretaria de Assistência Social e pelo Instituto de Geração de Oportunidades de Florianópolis no próprio ginásio.