No Oeste catarinense a chegada dos primeiros haitianos, em 2011, se configurou de forma diferente do habitual. A empresa de piscinas e caixas de água Fibratec é que foi buscá-los no Acre para atender a falta de mão-de-obra na região. Depois as agroindústrias foram buscar trabalhadores, pelo mesmo motivo. Atualmente são entre 2 mil e 2,5 mil haitianos na região, segundo dados da Associação dos Haitianos de Chapecó.
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O presidente da associação, Jean Innocent Monfiston, estima que entre 1,8 mil e 1,9 mil trabalhem nos frigoríficos de Chapecó, Xaxim e Nova Erechim. Somente a Aurora Alimentos conta com 800 haitianos. O vice-presidente da empresa, Neivor Canton, disse que no início a agroindústria bancou a viagem do Acre até Chapecó e até alojamentos por mais de um ano até que os imigrantes pudessem se estabelecer. Só que o tempo de vagas sobrando na indústria já passou.
Segundo Monfiston, cerca de 70 haitianos que chegaram recentemente na cidade ainda não conseguiram emprego. Isso porque não há a vagas nas agroindústrias no momento.
Falta apoio do poder público
Uma das poucas ações públicas para os haitianos foi o PróHaiti, programa da Universidade Federal da Fronteira Sul que oferece vagas para os imigrantes. Atualmente são 30 estudantes haitianos no campus de Chapecó. Michelet Myrbel, 31 anos, está no terceiro ano do curso de Administração. Ele estuda pela manhã e, à tarde e noite, trabalha na Aurora, onde está há um ano e sete meses.
Myrbel está no Brasil há três anos e meio e morou um tempo em Manaus. Atualmente trabalha no setor de temperos da Aurora, onde tem plano de saúde e outros benefícios como prêmio assiduidade e dentista. Já comprou uma motocicleta para facilitar o transporte. Só reclama que é puxado trabalhar e estudar. Também lamentou que às vezes fica entre os últimos para ser escolhido nos grupos de sala de aula.
Ele sente saudades dos familiares nas festas de final de ano e datas como o Dia da Bandeira do Haiti. Mas gosta de jogar futebol nos finais de semana, quando os haitianos enfrentam os senegaleses.
O presidente da Associação dos Haitianos de Chapecó, Jean Monfiston, disse que a Associação foi criada para suprir a falta de opções de lazer e atividades culturais para os haitianos nos finais de semana. Desde então foi criada uma banda, um grupo de dança e trabalhos de pintura.
Em busca de oportunidades
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Atualmente são entre 2 mil e 2,5 mil haitianos na região, segundo dados da Associação dos Haitianos de Chapecó
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