As obras que os moradores do Menino Deus viram nas últimas semanas são parte de uma nova expansão na rede de distribuição de gás natural em Porto Alegre, também em andamento nos bairros Petrópolis, Rio Branco e Jardim Lindóia. Até 2016, residências e comércios dessas áreas poderão contar com o combustível como alternativa ao GLP vendido em botijões.
Segundo a Sulgás, 18 mil residências e mais de 400 pontos comerciais em 22 bairros já utilizam o gás natural, que também é oferecido aos motoristas em 23 postos. A companhia projeta alcançar 100 mil clientes em quatro anos com expansão da malha residencial, mas a meta depende de obras que aumentarão a oferta de gás a partir de uma térmica em Rio Grande. Hoje, 100% do produto chega ao Estado proveniente da Bolívia, sendo três quartos do volume usados por 119 indústrias, duas delas na Capital.
Instalação de gás natural em prédios pode custar R$ 4 mil por apartamento
Obras para tubulação de gás natural causam transtornos no Menino Deus
No mapa, veja os bairros abastecidos por gás natural na Capital:
- Nosso primeiro foco são os novos condomínios, mas estamos de olho em todos os clientes possíveis onde a rede está passando, comerciais e residenciais. Há o transtorno temporário com as obras, mas os benefícios do serviço são grandes - afirma Claudemir Bragagnolo, presidente da Sulgás, que tem como acionistas o Estado do Rio Grande do Sul (51%) e a Petrobras (49%).
A empresa argumenta que a principal vantagem está no bolso - o gás natural seria mais barato do que o GLP (gás de cozinha). Os valores são próximos, mas não menores. Segundo a Agência Nacional de Petróleo, os preços do botijão de 13 kg em Porto Alegre variam entre R$ 41,90 e R$ 52 - a média ficou em R$ 47,85 no final do mês de março. No simulador da própria Sulgás, consumo equivalente seria de R$ 54,38.
A empresa argumenta que a economia pode ser maior, se considerado que no sistema de gás natural não haveria desperdício de conteúdo - no GLP, cerca de 0,15% (19 gramas) do gás fica no botijão - e que ele é mais seguro contra vazamentos e falhas nos medidores. Outro benefício é a redução do preço do metro cúbico com o aumento do consumo, uma vantagem nos meses de inverno. É preciso lembrar, no entanto, que os custos de instalação podem fazer dessa economia um projeto de médio a longo prazo.
Proprietária de um flat no Moinhos de Vento, primeiro bairro a contar com a rede da Sulgás, Isabel Marroni, 55 anos, está satisfeita com o sistema após oito meses de uso.
- Nos interessamos de imediato pela questão da sustentabilidade e ainda não tivemos problemas. A adaptação não foi barata, mas a economia de energia é interessante. Em um ano e meio de uso acho que vamos recuperar o investimento inicial - prevê.
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No Moinhos de Vento, primeiro bairro a receber gás natural, locais por onde passam a rede estão sinalizados
Foto: André Schröder/Especial